Resumo

O treinamento de força existe antes mesmo das antigas olimpíadas, onde atletas e militares carregavam pedras pesadas a fim de desenvolver a força e melhorar seu condicionamento físico. O conto legendário de Milo de Crótona, da Grécia antiga, ilustra bem que o treino de força já era conhecido há alguns mil anos. Milon, para aprimorar sua força, levantava um bezerro como exercício diariamente. Á medida que o bezerro crescia, obviamente, aumentava a sobrecarga do exercício, resultando em músculos maiores e mais fortes. Hoje, isso é conhecido como o princípio da sobrecarga. Os gregos foram os primeiros a compreender a importância da educação do físico humano, da obtenção da moral e da formação do espírito, através do exercício. A admiração pelo corpo surgiu também na Grécia antiga, onde os atletas eram enaltecidos não só por suas vitórias nas competições, mas também pelo físico robusto e musculoso, considerado ideal naquela época. Agregada à ideia do culto ao corpo surge a modalidade chamada fisiculturismo, que teve como precursor Eugen Sandow. A fim de fugir dos serviços militares, Sandow deixou sua cidade natal junto com um circo, onde se tornou acrobata. Com o passar do tempo percebeu que o seu porte físico chamava mais atenção do que as acrobacias que fazia, desde então ele foi considerado o portador do melhor físico do mundo durante anos e passou a exibir seu corpo musculoso, que obtivera através do treinamento físico para as apresentações. A problemática desse estudo está centralizada nos primeiros indícios do treinamento de força e a vertente do fisiculturismo na cidade de Curitiba. Tendo como hipótese, o surgimento do treinamento resistido desde a Grécia Clássica e também a admiração pelo físico. O objetivo do trabalho foi analisar os primeiros indícios do fisiculturismo em Curitiba, comparando os dias atuais e os primórdios do treinamento de força. A metodologia utilizada para a formação da pesquisa foi o modelo explicativo/descritivo, definida como qualitativa, tendo como meios de investigação levantamento bibliográfico e entrevista semiestruturada ao ex-atleta de halterofilismo, Altair José Oliveira. A estratégia analítica baseou-se em proposições teóricas. Concluiu-se que em 1940 o levantamento de pesos chegou a Curitiba, porém, sofrendo repressão. Com o passar do tempo, a importância do treino de força ficou cada vez mais evidente, já que melhorava a condição física e o desempenho dos atletas, independente da modalidade esportiva. Altair José de Oliveira foi um dos pioneiros do halterofilismo na cidade, acompanhou o surgimento do fisiculturismo e conta que é necessária muita disciplina para ser um fisiculturista. Comentou que no início, a dieta era completamente diferente dos dias de hoje e que não havia acompanhamento com nutricionistas. Em relação às categorias das competições, Altair contou que no começo havia apenas 5 atletas por categoria e que todos saiam premiados, pois a premiação era do 1° ao 5° lugar. Hoje o fisiculturismo é um esporte que está num crescente, sendo cada vez mais visado, tanto no Brasil como internacionalmente, com atletas de altíssimo nível e inúmeras categorias nos campeonatos. "O corpo é percebido como a evidente emanação moral da aparência física. Torna-se a descrição da pessoa, testemunha de defesa usual daquele que encarna". Logo, é indispensável total envolvimento com o esporte, tendo a consciência de que sempre há o que mudar e melhorar, que as medidas sempre serão diferentes, e que os padrões sempre tendem a mudar.