Resumo

O judô tem como marco a criação da escola Kodokan em 1882, idealizado por Jigoro Kano, com a intencionalidade educativa como referência norteadora, segundo os métodos de treinamento mental e físico. Buscava o desenvolvimento físico, intelectual, moral para o uso na vida cotidiana, com uma proposta que invertia a ordem dos elementos constantes nos combates guerreiros onde o processo se torna mais valoroso do que o resultado e, o produto mais significativo é aquele que se colhe em conjunto. Estes sentidos são expressos pelos princípios seyrioku zenyo: melhor uso da energia e jita kyoei: auxílio e prosperidade mútuos. No Brasil o judô veio trazido por imigrantes japoneses e foi difundido em diversos contextos, interesses e práticas, entre elas a transmissão e preservação cultural e a relacionamento social. Diante destes aspectos este estudo tem por objetivo discutir e analisar a presença destes princípios na vida cotidiana de mestres de judô, a partir de suas memórias, que participaram da difusão da região de Mogi das Cruzes e foram alunos de pioneiros do judô no Brasil. Para tanto é utilizado o Método história de vida. Os dados apontam para presença dos princípios propostos, destacando-se elementos cotidianos valorizados por eles, destacando; as origens familiares; a iniciação desafiadora; o treinamento rigoroso; a crença no esforço; o orgulho constante; a imagem idolatrada dos mentores e; a marcialidade. Diante de situações como o caráter de mudança imposto pela sociedade; o processo de esportivização que a arte sofreu e; as perseguições políticas e ideológicas

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