Resumo

A assistência de enfermagem à criança vem sofrendo transformações significativas nos últimos anos no que diz respeito à humanização do atendimento. O brincar, neste contexto, aparece como um facilitador das relações entre enfermeiro, criança e família. Ele está presente no cotidiano das pessoas durante toda a vida e, particularmente na infância, tem significado especial, ajudando o indivíduo em seu desenvolvimento e enfrentamento de situações difíceis. A hospitalização na infância, quando necessária, traz prejuízos no desenvolvimento infantil, que podem ser amenizados pelo brinquedo. Este estudo teve como objetivo identificar e analisar as teses e dissertações de enfermeiros brasileiros sobre o uso do brinquedo no hospital. O levantamento foi feito através do portal CAPES, CEPEn, IBICT, além de consulta às referências bibliográficas das teses/dissertações e buscas nas bibliotecas das universidades brasileiras. Os textos foram analisados com uma abordagem qualitativa, baseada em MINAYO (1996) buscando?se identificar como esse recurso tem sido utilizado pelos enfermeiros no hospital e os resultados obtidos com o seu uso. Os objetivos mais freqüentemente encontrados nos trabalhos referem?se à vivência da criança durante a hospitalização; às mudanças de comportamento frente ao brinquedo; a influência da doença na vida da criança; o brinquedo como forma de comunicação e o significado e importância do brinquedo para o profissional, além das dificuldades para implantar sua utilização. A situação em que o brinquedo foi utilizado com maior freqüência se deu no pré e pós-operatório, seguida da hospitalização, em ambulatório e como método de coleta de dados. A análise dos resultados obtidos nos trabalhos pautou-se nos efeitos do brinquedo para as crianças. Nas situações de pré e pós-operatórios, o brinquedo foi um facilitador da comunicação, reflexão e integração entre criança e pesquisadora; ajudou a evidenciar medos; proporcionou mudanças no comportamento e catarse, além de servir para orientação. No contexto da hospitalização, as crianças mudaram seu comportamento, passando a interagir mais, a verbalizar suas satisfações, medos e ansiedades, além de evidenciar um aumento nas brincadeiras e alegria no ambiente hospitalar. No ambulatório, facilitou a expressão de sentimentos, a integração com a pesquisadora e família, foi um meio para o extravasamento das ansiedades, para compreensão da doença pela criança, promoveu a catarse e modificações no comportamento, além da função terapêutica. O brinquedo foi imprescindível para a coleta de dados, já que serviu de meio para a criança se expressar mais livremente. Ficou evidente que, para enfermeiros, o brinquedo é ferramenta indispensável no cuidado à criança embora o tecnicismo ainda continue presente; as pesquisas acadêmicas de enfermeiros sobre o seu uso no contexto hospitalar reforçam os resultados positivos desta prática. Recomendamos, assim, o uso do brinquedo pelas enfermeiras pediatras não só no ambiente hospitalar, mas em todas as instituições onde a criança necessite de cuidado, quer seja no domicílio, em creches, escolas e unidades de saúde 

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