Produção científica sobre as temáticas gênero e mulher nos anais do congresso brasileiro de atividades de aventura
Por Renata Laudares Silva (Autor), Elisangela Gisele do Carmo (Autor), Nara Heloisa Rodrigues (Autor), Giselle Helena Tavares (Autor).
Resumo
Atualmente, nota-se a crescente produção científica nas temáticas que envolvem a participação da mulher no mundo esportivo e, mais especificamente, em atividades de aventura na natureza, práticas estas que permeiam os conteúdos físico-esportivos no lazer. No entanto, ainda que se reconheçam os esforços acadêmicos direcionados a essas questões, não se sabe ao certo, sobre a produção de conhecimento que aborda a participação da mulher nas atividades de aventura no âmbito das reuniões e eventos científicos, haja vista ser este um espaço de divulgação de inovadoras práticas e descobertas científicas. Objetivo: Este estudo, de natureza qualitativa teve como objetivo analisar as ocorrências das temáticas, mulher e as questões de gênero, em trabalhos publicados nos Anais do Congresso Brasileiro de Atividades de Aventura (CBAA) em todas as suas edições (2006 à 2016). Método: Por meio de pesquisa exploratória, buscou-se, nos anais, pelos termos “mulher/mulheres”, “gênero” e “feminino/feminina”. Como critérios de inclusão, os termos deveriam estar contidos nos títulos ou resumos e que os trabalhos versassem sobre a temática da mulher. Como critérios de exclusão, foram descartados as pesquisas repetidas e que não tinham relação direta com a temática. Resultados: Do total de 609 trabalhos, entre resumos e artigos completos, aplicou-se os critérios de inclusão, resultando em 107 trabalhos. Destes, 94 trabalhos foram excluídos por não atenderem aos critérios preeterminados, resultando, assim, 13 estudos amostrais. Os dados foram analisados sob a técnica de análise de conteúdo, com a elaboração a posteriori de 3 categorias, a saber: 1) aspectos psicológicos (n=6), 2) aspectos ligados ao treinamento, antropometria e fisiologia (n=5) e 3) aspectos históricos e sociais (n=2). Os resultados indicaram que a categoria 1) tiveram como pontos centrais de discussão: os motivos que levam à prática do paraquedismo, a aderência aos diversos tipos de atividades de aventura, o risco inerente à prática do mergulho em apnéia, o preconceito em relação às mulheres skatistas e praticantes do parkour, as diferenças entre os gêneros no bóia-cross em relação aos estados emocionais. Na categoria 2), os elementos identificados foram aqueles relacionados à frequência e intensidade de treinamento, ao índice de massa corporal, ao treinamento com peso de atletas da corrida de aventura e à frequência cardíaca em passarelas suspensas, como temas centrais dos estudos