Profissionais sem profissionalização? Dilemas da carreira das jogadoras de futebol feminino brasileiro
Por Gabriela Borel Delarmelina (Autor), Letícia Carvalho de Souza (Autor), Mariana Zuaneti Martins (Autor).
Em IV Congresso Internacional de Pedagogia do Esporte - CIPE
Resumo
A profissionalização no futebol de mulheres brasileiro tem se desenvolvido nos últimos cinco anos, em especial após a regulamentação da Conmebol. Assim, os sentidos dela ainda são instáveis, de modo que nem todas as atletas atingem os critérios do que a FIFA considera como profissional. Objetivo: Analisar os sentidos percebidos pelas atletas sobre a profissionalização no futebol de mulheres brasileiro. Metodologia: Foram entrevistadas 20 atletas, de idade média de 26 anos de clubes que disputam o Campeonato Brasileiro de Futebol Feminino, de distintas regiões do Brasil, no ano de 2023. Resultados: Observamos a emergência de dois temas que marcam a percepção delas sobre o processo da profissionalização. O primeiro “Profissional é o futebol masculino", demonstra que as jogadoras percebem apenas o futebol espetacularizado como profissional. Na medida em que algumas mudanças no futebol mulheres acompanham o que ocorre nele, elas percebem o processo de profissionalização, como a entrada dos empresários e a transmissão dos jogos. O fato dessas mudanças ainda não se consolidarem na espetacularização desse futebol, as mulheres se veem com um status próximo ao das categorias de base. O segundo tema “Profissional sem profissionalização” versa sobre como o status de profissional no futebol de mulheres independe da estrutura, nível de competição ou de vinculação formal. Embora sejam consideradas profissionais, elas não necessariamente dispõem de uma estrutura adequada ao nível exigido para competir em campeonatos de elite. Em muitos casos, são obrigadas a buscar, os recursos e a estrutura que não são providos pelo clube, a fim de atingir um nível de desempenho atlético necessário. Conclusão: Apesar do aumento da visibilidade e entrada de empresários, a profissionalização do futebol de mulheres no Brasil é um processo cujos rumos dependem das políticas de regulamentação que as instituições esportivas tomarem, com as atletas enfrentando desafios estruturais e de reconhecimento profissional.