Resumo


O objetivo deste estudo foi analisar o efeito de um programa de atividade física de base comunitária, o
Programa Academia da Saúde (PAS), no nível de atividade física durante o lazer (AFDL) da população
residente nas capitais brasileiras. Reunimos dados individuais do sistema de Vigilância de Fatores de Risco
e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico ( VIGITEL) entre 2006 e 2016 e estimamos
os odds ratios de acordo com níveis de exposição ao programa usando uma regressão logística multinível.
A amostra total foi composta por 572.437 indivíduos. No modelo inicial, as chances de se atingir níveis
suficientes de AFDL foram 1,20 (95%IC: 1,16-1,25) vezes maior entre os indivíduos expostos desde 2011.
Nas análises ajustadas por ano, sexo, idade e escolaridade, essa probabilidade foi apenas 1,04 (95%IC: 1,00-
1,08) vezes maior entre indivíduos expostos. As chances de se atingir níveis de AFDL suficiente foram 1,09
(95%IC: 1,04-1,15) vezes maior entre as mulheres expostas desde 2011 em comparação ao grupo controle
de mulheres não expostas. Nenhum outro resultado estatisticamente significativo foi encontrado. Concluímos
que o PAS não pode afetar substancialmente populações inteiras. No entanto, é possível visualizar influência
positiva em subgrupos específicos, apontando para o seu potencial em reduzir a desigualdade de gênero em
relação a prática de AFDL. Recomendamos intervenções mais personalizadas antes de escalonar indistinta-
mente o programa, bem como sugerimos um melhor monitoramento para avaliações em larga escala.
 

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