Programa Academia da Saúde e Níveis de Atividade Física nas Capitais Brasileiras
Por Thania Mara Teixeira Rezende Faria (Autor), Stephan Brenner (Autor), Andreas Deckert (Autor), Alex Antônio Florindo (Autor), Gregore Iven Mielkei (Autor).
Em Revista Brasileira de Atividade Física & Saúde - RBAFS v. 25, n 1, 2020.
Resumo
O objetivo deste estudo foi analisar o efeito de um programa de atividade física de base comunitária, o
Programa Academia da Saúde (PAS), no nível de atividade física durante o lazer (AFDL) da população
residente nas capitais brasileiras. Reunimos dados individuais do sistema de Vigilância de Fatores de Risco
e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico ( VIGITEL) entre 2006 e 2016 e estimamos
os odds ratios de acordo com níveis de exposição ao programa usando uma regressão logística multinível.
A amostra total foi composta por 572.437 indivíduos. No modelo inicial, as chances de se atingir níveis
suficientes de AFDL foram 1,20 (95%IC: 1,16-1,25) vezes maior entre os indivíduos expostos desde 2011.
Nas análises ajustadas por ano, sexo, idade e escolaridade, essa probabilidade foi apenas 1,04 (95%IC: 1,00-
1,08) vezes maior entre indivíduos expostos. As chances de se atingir níveis de AFDL suficiente foram 1,09
(95%IC: 1,04-1,15) vezes maior entre as mulheres expostas desde 2011 em comparação ao grupo controle
de mulheres não expostas. Nenhum outro resultado estatisticamente significativo foi encontrado. Concluímos
que o PAS não pode afetar substancialmente populações inteiras. No entanto, é possível visualizar influência
positiva em subgrupos específicos, apontando para o seu potencial em reduzir a desigualdade de gênero em
relação a prática de AFDL. Recomendamos intervenções mais personalizadas antes de escalonar indistinta-
mente o programa, bem como sugerimos um melhor monitoramento para avaliações em larga escala.