Programa Caxias Navegar: Esportes Náuticos Para Pessoas com Deficiência
Por T. D. Pubel (Autor), T. J. Frank (Autor), A. da Silva (Autor).
Resumo
Navegar por águas desconhecidas, motivados pelo desafio de encontrar algo diferente do que estamos acostumados a vivenciar no nosso cotidiano. Este é o norte de nosso trabalho. Baseando-se em observações e, registradas em um diário de campo, este trabalho teve como objetivo observar, analisar e compreender as ações corporais de pessoas com deficiência e suas interrelações pessoais com os professores e com o ambiente durante a prática de esportes náuticos. Participaram desse estudo 15 alunos, dos quais quatro com deficiência sensorial, cinco com deficiência intelectual e seis com deficiência física, com idade entre oito e cinquenta anos; participantes do Programa Caxias Navegar, oferecido pela Secretaria Municipal do Esporte e Lazer da cidade de Caxias do Sul. As aulas são desenvolvidas uma vez por semana, com duração de duas horas e divididas em três modalidades: Vela, remo e canoagem. Para alcançarmos o objetivo traçado utilizamos uma pesquisa qualitativa tendo como instrumento para coleta de dados um diário de campo, planejado a partir de operações específicas voltadas ao objeto de pesquisa através de observações sistemáticas. Nesse sentido, evidenciamos que as estratégias utilizadas pelos professores, bem como o local em que o esporte é praticado; manifestou nos alunos interesse, prazer, motivação, superação, satisfação e autonomia dos mesmos. As aulas e as atividades trabalhadas foram eficientes, pois, mostram que as ações adotadas pelos professores, a forma deles se comunicarem e interagirem com os alunos, revelou que os mesmos se preocupam com todos os participantes de modo individual e coletivo na relação direta com o ambiente, ou seja, com a experiência vivida durante todas as aulas. Isso comprova que é possível quebrarmos paradigmas em relação às pessoas com deficiência, principalmente, ao pensarmos nas suas capacidades e limitações que, na maioria das vezes; são um ponto para o professor não tentar ensinar, impedindo-os de vivenciar atividades diferentes das cotidianas. Acreditamos, dessa forma, que é possível criar condições que permitam aos participantes aprender a praticar esse tipo de atividade de aventura em segurança, manifestando suas vontades e desafiando seus próprios limites.