Resumo

A obesidade na adolescência vem crescendo nos últimos tempos de forma alarmante, sendo necessária a devida atenção nesta fase de profundas transformações e adaptações. O voleibol enquanto esporte coletivo vem ao encontro para um trabalho preventivo de exercícios físicos para esta faixa etária. Existe a necessidade de estudos investigando os efeitos da prática do voleibol em adolescentes meninas com excesso de peso corporal. O objetivo deste estudo foi analisar os efeitos de um programa de exercícios, na modalidade do voleibol, em adolescentes com sobrepeso e obesas. Participaram 26 voluntárias, com idade entre 11 e 15 anos, estudantes de escola pública, com o Índice de Massa Corporal (IMC) percentil maior que 85, de acordo com a World Health Organization. As adolescentes foram agrupadas em grupo de intervenção (GI, n = 13) e grupo controle (GC, n = 13). Todas as voluntárias foram submetidas a avaliações antropométricas e testes das capacidades físicas (PROESP-BR), pré e pós 36 semanas. As voluntárias do GI responderam uma pergunta: qual o significado do programa de voleibol para sua vida? As voluntárias do GI participaram de 40 sessões de programa de exercícios físicos com ênfase na modalidade voleibol, duas vezes por semana, complementar às aulas de Educação Física escolar; o GC realizou apenas as aulas de Educação Física escolar. Nos resultados, na comparação inicial entre os grupos, não foram observadas diferenças significantes nas variáveis antropométricas, e nos testes físicos o GI apresentou maior distância atingida no teste de sentar e alcançar e maior distância percorrida na corrida de seis minutos que o GC, não ocorrendo diferenças significantes nos outros testes das capacidades físicas. Na comparação intragrupos, pré e pós, nas medidas antropométricas do GI houve aumento na estatura e na envergadura, e diminuição na circunferência da cintura e do braço direito, não ocorrendo diferença significante na massa corporal, no IMC e na dobra cutânea tricipital; no GC houve aumento da massa corporal, da estatura, da envergadura e da dobra triciptal, não ocorrendo diferenças significativas no IMC, circunferências da cintura e do braço. Nos testes das capacidades físicas, no GI foram observados aumentos na distância atingida no teste de sentar e alcançar, no número de contrações abdominais, na distância alcançada no teste de arremesso de medicineball e no salto horizontal e na distância percorrida no teste de corrida/caminhada dos 6 minutos, e diminuição do tempo nos testes quadrado e corrida de 20 metros; no GC não houve diferenças significantes. A análise das respostas do GI mais destacadas foram: 92% querem participar do programa é saúde e qualidade de vida, 77% responderam que relacionam com a imagem corporal, 61% que programa para sua vida é praticar exercícios físicos, 38% querem é ser capaz e 30% socialização. Conclui-se que o programa de exercícios, com a intervenção do voleibol, complementar às aulas de Educação Física escolar proporcionou benefícios nos indicadores de obesidade e na aptidão física das adolescentes com sobrepeso e obesidade, e também na qualidade de vida, na imagem corporal, no estímulo a prática de exercícios e esporte e a na socialização.

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