Programa de Reabilitação Cardíaca do IMEUCS: Perfil Clínico-epidemiológico de Pacientes Cardiopatas Ingressantes
Por D. Busin (Autor), E. C. Kraemer (Autor), K. G. Finger (Autor), I. Z. Souza (Autor), J. J. Souza (Autor), O. S. Tairova (Autor), M. C. Santos (Autor).
Resumo
A Reabilitação Cardíaca atua como um processo contínuo de desenvolvimento e manutenção das melhores condições físicas, mentais e sociais de indivíduos cardiopatas. O objetivo deste estudo foi identificar o perfil clínico-epidemiológico de pacientes cardiopatas de um Programa de Reabilitação Cardíaca (PRC) de uma Instituição de Ensino Superior do Rio Grande do Sul. Para isso foram consultados e analisados os prontuários dos pacientes que realizaram avaliações e reavaliações físicas no período de 12 meses, durante os anos de 2012 e 2013. O grupo investigado teve um total de 43 indivíduos, com média de idade de 61,10 ± 6,69 anos, sendo a idade mínima 19 e a máxima 80 anos. O grupo foi composto por 60,46% (26/43) de pacientes do sexo masculino e 39,54% (17/43) do sexo feminino. A prevalência de cirurgias de revascularização do miocárdio foi de 30% (13/43) entre os pacientes. Dos pacientes, 72% (31/43) foram submetidos à angioplastia coronária transluminal percutânea, para desobstrução das artérias coronárias; 55,8% (24/43) sofreram infarto agudo do miocárdio, bem como 51% (22/43) dos pacientes apresentavam alguma obstrução em artéria coronária. Por fim, identificou-se a presença de angina pectoris em 20,93% (9/43) dos pacientes. Em relação aos fatores de risco para a doença coronária, a hipertensão arterial sistêmica foi a condição mais prevalente no grupo, atingindo 76,74% (33/43) dos pacientes. Ocupando a segunda posição, encontrou-se as dislipidemias com 74,41% (32/43) e na terceira posição o histórico familiar de doença coronariana (parentes diretos), com 60,46% (26/43) dos pacientes investigados. Numa quarta posição, encontrou-se o sedentarismo presente em 53,48% (23/43) da amostra. O tabagismo esteve presente em 51,16% (22/ 43) do grupo, superando a prevalência tanto de sobrepeso/obesidade 46,51% (20/43) quanto de diabetes mellitus 23,25% (10/43). Ainda como um dos principais fatores de risco, encontrou-se o estresse em 37,20% (16/43) dos pacientes. Diante da necessidade do fornecimento de recursos para combater os principais fatores de risco cardiovasculares e a própria doença cardiovascular caso já se encontre instalada, torna-se fundamental a apresentação destas informações relevantes para o auxílio de uma atuação multidisciplinar dos PRC, em busca do alcançe de objetivos interdisciplinares, promovidos por equipes especializadas e com processo centrado no doente.