Resumo

Introdução: O equilíbrio e a força muscular das extremidades inferiores
diminuem com a idade. Vários autores sugerem que a participação de idosos
em programas de fortalecimento muscular aumenta a massa muscular, a força
e o equilíbrio, diminuindo o risco de quedas e consequentemente de fracturas
osteoporóticas. Este estudo teve por objectivo: descrever o efeito de um
programa de fortalecimento muscular, de baixo custo, dos músculos flexores
dorsais e plantares da tíbio-társica na força muscular e no equilíbrio, e verificar
se ganhos na força muscular se associam a melhor equilíbrio, em idosos
institucionalizados. Material e Métodos: Participaram 18 idosos divididos em
dois grupos de 9: o grupo de intervenção e de controle. O equilíbrio e a força
muscular foram medidas no início e no final do programa, recorrendo-se ao
Functional Reach Test e ao Time Get Up & Go Test para medir o equilíbrio e
ao dinamómetro (Globus Ergo Meter, Italia) para medir a força muscular. O
grupo de intervenção completou um programa de fortalecimento muscular
de 6 semanas de duração, 3 vezes por semana, com bandas elásticas (Theraband).
Os participantes iniciaram o programa com uma determinada banda elástica
(cor) para cada músculo que era consistente com a sua força inicial. O nível da
banda elástica inicial era determinado achando o ponto no qual os participantes
realizavam 6 a 8 repetições para cada músculo antes de entrarem em fadiga. O
idoso exercitava-se progredindo para 3 séries de 10 repetições para cada
músculo. Quando conseguia realizar 3 séries de 10 repetições com uma
determinada banda elástica, a resistência era incrementada trocando a banda
por outra de outra cor. Resultados: No início do estudo os grupos apresentavam
idade, peso e altura homogéneas. No final do programa o grupo de intervenção
aumentou significativamente a força muscular (flexores dorsais, 37,19±7,92%
e flexores plantares, 24,81±5,25%), e o equilíbrio (FRT, 40,82±7,26% e TUG,
21,61±5,45%) (p<.02). Os ganhos de força muscular dos flexores dorsais
associam-se a melhor equilíbrio medido através do TUG (p<.05). No grupo
controle não se verificaram diferenças estatisticamente significativas entre os
dois momentos de avaliação. Conclusões: Um programa de fortalecimento
muscular de baixo custo aumenta a força muscular dos flexores dorsais e
plantares da tíbio-társica e o equilíbrio; o ganho de força nos flexores dorsais
associa-se a melhor equilíbrio (TUG), em idosos institucionalizados.

Acessar