Programa de Fortalecimento Muscular de Baixo Custo Promove Melhorias no Equilíbrio em Idosos Institucionalizados
Por Fernando Manuel Tavares da Silva Ribeiro (Autor), Gabriela Brochado (Autor).
Em XI Congresso de Educação Física e Ciências do Desporto dos Países de Língua Portuguesa
Resumo
Introdução: O equilíbrio e a força muscular das extremidades inferiores
diminuem com a idade. Vários autores sugerem que a participação de idosos
em programas de fortalecimento muscular aumenta a massa muscular, a força
e o equilíbrio, diminuindo o risco de quedas e consequentemente de fracturas
osteoporóticas. Este estudo teve por objectivo: descrever o efeito de um
programa de fortalecimento muscular, de baixo custo, dos músculos flexores
dorsais e plantares da tíbio-társica na força muscular e no equilíbrio, e verificar
se ganhos na força muscular se associam a melhor equilíbrio, em idosos
institucionalizados. Material e Métodos: Participaram 18 idosos divididos em
dois grupos de 9: o grupo de intervenção e de controle. O equilíbrio e a força
muscular foram medidas no início e no final do programa, recorrendo-se ao
Functional Reach Test e ao Time Get Up & Go Test para medir o equilíbrio e
ao dinamómetro (Globus Ergo Meter, Italia) para medir a força muscular. O
grupo de intervenção completou um programa de fortalecimento muscular
de 6 semanas de duração, 3 vezes por semana, com bandas elásticas (Theraband).
Os participantes iniciaram o programa com uma determinada banda elástica
(cor) para cada músculo que era consistente com a sua força inicial. O nível da
banda elástica inicial era determinado achando o ponto no qual os participantes
realizavam 6 a 8 repetições para cada músculo antes de entrarem em fadiga. O
idoso exercitava-se progredindo para 3 séries de 10 repetições para cada
músculo. Quando conseguia realizar 3 séries de 10 repetições com uma
determinada banda elástica, a resistência era incrementada trocando a banda
por outra de outra cor. Resultados: No início do estudo os grupos apresentavam
idade, peso e altura homogéneas. No final do programa o grupo de intervenção
aumentou significativamente a força muscular (flexores dorsais, 37,19±7,92%
e flexores plantares, 24,81±5,25%), e o equilíbrio (FRT, 40,82±7,26% e TUG,
21,61±5,45%) (p<.02). Os ganhos de força muscular dos flexores dorsais
associam-se a melhor equilíbrio medido através do TUG (p<.05). No grupo
controle não se verificaram diferenças estatisticamente significativas entre os
dois momentos de avaliação. Conclusões: Um programa de fortalecimento
muscular de baixo custo aumenta a força muscular dos flexores dorsais e
plantares da tíbio-társica e o equilíbrio; o ganho de força nos flexores dorsais
associa-se a melhor equilíbrio (TUG), em idosos institucionalizados.