Resumo

Introdução: O Brasil sediou, em 2016, os XXXI Jogos Olímpicos de Verão, conquistando o 13º lugar, com 19 medalhas. Ótima colocação, não fora a meta da III Conferência Nacional de Esporte, de colocar o país entre os 10 primeiros, nos jogos, que trouxeram aos brasileiros o sentimento de fracasso pelo não alcance do propósito enunciado. Merece ressaltar a presença de atletas militarizados pelas Forças Armadas na composição da delegação canarinha sendo que dos 456 atletas, 145 eram militares que conquistaram 60% das medalhas. Mesmo o sonho olímpico não se realizando, a reinserção do Esporte Militar na estratégia esportiva brasileira se configurou como bem- sucedida, fortalecendo-se como importante instância de sustentação dos interesses da comunidade olímpica, por meio do suporte logístico, físico e de treinamento aos atletas. Objetivo: Mostrar que o Programa João do Pulo obedece ao estipulado para a expansão do esporte de alto rendimento nas Forças Armadas, por meio da militarização de atletas do esporte paralímpico nacional, assim como aconteceu com o PAAR – Programa Atletas de Alto Rendimento -, oferecendo suporte logístico, físico e de treinamento. Metodologia: Procedeu-se a uma pesquisa qualitativa, de cunho documental/bibliográfico, referenciada na teoria social marxista e ancorada em material impresso e sites das Forças Armadas e do COB. Resultados: Após o sucesso da participação de atletas militarizados em competições, o Ministério da Defesa lança, no ano de 2016, o Programa João do Pulo, cujo objetivo seria apoiar militares reformados por limitações físicas a se reintegrarem às Forças, por intermédio do esporte de alto rendimento. Ao se analisarem documentos e entrevistas de militares e dirigentes do esporte olímpico nacional, nota-se que o grande e principal objetivo vincula-se ao aumento da performance das Forças Armadas Brasileiras em competições nacionais e internacionais. Considerações finais: Tornou-se perceptível que o PAAR e o Programa João do Pulo possuem o mesmo objetivo: militarizar e dar suporte de treinamento a atletas do alto rendimento. Os anos seguintes a 2016 trouxeram cortes orçamentários significativos no Ministério do Esporte - evidenciados pela edição da MP 841/2018 -, afetando o esporte de alto rendimento nacional, o que legitima a presença das Forças Armadas, com seus recursos físicos e financeiros, reproduzindo, no paraolimpismo, a dinâmica vivenciada vitoriosamente, na mais recente edição dos Jogos Olímpicos de Verão.