Resumo
Os projetos sindicais do Sinpeem (Sindicato dos Profissionais da Educação no Ensino Municipal) e do Sinpro-SP (Sindicato dos Professores de São PauloSP) apresentados neste estudo sofreram, na década de 1990, impactos da crise do capital e da ofensiva neoliberal contra os trabalhadores. Houve também impactos internos no movimento sindical, que refluído e contagiado foi forçado a adaptar-se. Esta pesquisa levanta elementos para a reflexão dessas mudanças e adaptações, a partir da ação e do discurso das principais lideranças sindicais da educação paulistana. Entre a combatividade e a pura negociação das diferentes concepções e projetos sindicais, há considerações sobre estratégia e tática (os caminhos da luta político-sindical) traçadas na trajetória dos sindicatos em questão: os enfrentamentos com os governos e os empresários da educação, a organização interna, o crescimento da sindicalização, as adpatações e reformulações dos dirigentes e do próprio movimento disposto à resistência. Entre a teoria e a práxis sindical no seio do professorado, concentram-se projetos definidos e orientados por direções experimentadas, o que é diferente da década anterior na qual a tônica era o movimento sindical entendido como massa, como sujeito coletivo e politicamente fortalecido pelas pressões do novo sindicalismo. O presente trabalho analisa as novas configurações do projeto das direções sindicais da educação: sem perder de vista o ideário do sindicalismo combativo e engajado, opera-se a partir do sujeito individual, associado sindical e de serviços.