Projeto Jogos de Todo o Mundo: Jogos de Tabuleiro Milenares Para Todos
Resumo
Muito antes de os jogos adquirirem o caráter competitivo típico das sociedades atuais, eles eram utilizados como importantes meios de transmissão cultural nas sociedades antigas. Ao ensinarem um jogo, os membros mais velhos de um grupo transmitiam e ainda transmitem aos jovens e às crianças uma série de conhecimentos e formas de relações sociais e comportamentais, que fazem parte do patrimônio cultural do grupo ao qual pertencem. Os jogos são um patrimônio cultural de toda a humanidade, uma manifestação universal do homem, independentemente de fronteiras políticas e culturais. Assistimos hoje a uma proliferação de jogos de todo tipo. Destacam-se os jogos eletrônicos, onde observamos uma estimulação visual e motora excessivamente reflexa, que levam o jogador a uma hiperconexão de circuitos automáticos que predispõem um comportamento impulsivo. E embora se faça necessário reconhecer a importância dos jogos eletrônicos, sobretudo o fato inegável de que provaram que crianças e adultos gostam de desafiar, serem desafiados e de superar limites salientamos um aspecto que só os jogos tradicionais e de tabuleiro possuem: a interação presencial entre concentrar-se, elaborar pensamentos e principalmente saber respeitar o tempo do outro. A partir dessas questões, surgiram os espaços Salas de Jogos de todo o mundo, presentes em 12 Unidades do Sesc Santa Catarina. São espaços que permitem a clientela conhecer e vivenciar jogos de tabuleiro de diferentes épocas e etnias. Um espaço de lazer cultural, valorizando a riqueza de cada jogo através de sua origem e história. Partindo de uma pesquisa de seleção e classificação de jogos previamente testados, foi identificado um acervo de aproximadamente 70 jogos. Os jogos estão divididos em sete famílias: jogos de captura, jogos de percurso, jogos de alinhamento, jogos de desafios, jogos de
sorte e estratégia, jogos de território e jogos infantis. Estes jogos são disponibilizados para o público em mesas e banquetas próprias para a prática, em dife rentes formatos de programação: livre brincar, visitas monitoradas de escolas e instituições diversas, clubes de jogos, escolinhas de desenvolvimento cognitivo, oficinas de jogos para memória, oficinas de confecções de jogos e cursos de formação para educadores. Desde 2007, o ano de implantação das primeiras salas, até junho deste ano, 808.701 pessoas foram atendidas nestes espaços. Todos seguem em funcionamento para o próximo ano, com a intenção de ampliar as experiências de lazer educativo e cultural para a comunidade, resgatando o contato entre as pessoas e o exercício do pensar.