Resumo
Integra
PROJETO MEMÓRIA DO ESPORTE NO/DO MARANHÃO
LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ
Não há duvidas que as práticas corporais e esportivas configuram, hoje, um fenômeno cultural com grande abrangência e visibilidade no cenário mundial. E envolvem sujeitos em diferentes contextos culturais, seja como praticante, seja como espectadores. Ainda que estas sejam práticas que adquiriram centralidade na vida moderna, há que referenciar que não são invenções do presente, mas possuem história. História feita pela ação de diferentes homens e mulheres, que há seu tempo realizaram ações que consolidaram estas práticas influenciando, de certa forma, o que hoje vivenciamos. Entendendo a memória como a capacidade humana de reter fatos e experiências do passado este projeto pretende não apenas agrupar dados e experiências individuais, mas, fundamentalmente, preservá-las e transmiti-las às novas gerações dada sua significação social[1].
Parto de dois projetos em execução. O primeiro, o ATLAS DO ESPORTE NO MARANHÃO, nos mesmos moldes do Atlas do Esporte no Brasil (DaCosta, 2005, disponível em www.atlasesportebrasil.org.br); formato impresso (Shape Editora, 2005) e o formato eletrônico. A ideia é publicar em formato papel o ATLAS DO MARANHÃO e ao mesmo tempo disponibilizar no formato eletrônico, com possibilidades de acesso via Internet e com atualizações periódicas.
O outro projeto, foi-me apresentado pelo Mestre André Lace, do Rio de Janeiro, em que propunha “DEZ Projetos para o Rio de Janeiro“[2] chamando-me a atenção para o “Projeto Livro Álbum dos Mestres de Capoeira no Rio de Janeiro“, em que propõem o cadastramento dos aproximadamente 150 mestres capoeiras do Rio de Janeiro; uma página para cada mestre, com foto. Haverá uma parte Introdutória com resumo da História da Capoeira no Rio de Janeiro e, também, resumo crítico dos principais livros sobre o assunto.
Em outra correspondência, ao indagar sobre um aspecto da Capoeira no Maranhão, sugeriu-me a elaboração do “Livro-Álbum dos Mestres de Capoeira de São Luís do Maranhão“, assim como anteriormente já havia sugerido a criação de um “Centro de Capoeiragem do Maranhão“. Os demais projetos, devidamente adaptados, são:
- Projeto SEIS RODAS ESPECIAIS de CAPOEIRA – Idealização (através de concurso para arquitetos urbanistas), construção e implantação de uma Programação Anual. Rodas especiais, concha acústica de cimento para a “orquestra”, roda acimentada de apresentação e arquibancada tipo anfiteatro.
- Projeto “CENTRO DE MEMÓRIA DA ARTE-AFRO-BRASILEIRA DA CAPOEIRAGEM NO MARANHÃO” – um espaço que poderá abrigar o “Centro de Memórias da Arte Afro-Brasileira da Capoeiragem”.
- Projeto CONCURSO LITERÁRIO ANUAL – Redação, para o Ensino Médio; Monografia, para o Ensino Superior – Tema Básico: Capoeiragem no Maranhão, no Brasil e no Mundo.
- Projeto FUNDAÇÃO MARANHÃO CAPOEIRA – Criação de um Organismo que realmente contemple todos os múltiplos aspectos da Arte Afro-Brasileira da Capoeiragem. O Projeto incluirá a criação de um PONTO DE ENCONTRO DOS CAPOEIRAS que, em princípio, será calcado na experiência vitoriosa do Espaço dos Capoeiras.
- Projeto LABORATÓRIOS DE CAPOEIRAGEM – Série de experiências práticas testando a real eficácia da Capoeiraem enquanto Luta Marcial.
- Projeto FUNDAMENTOS DA CAPOEIRA – Criação de um grupo multidisciplinar para estudar, sem fantasias, os fundamentos da Capoeiragem em todos seus múltiplos aspectos: religioso, filosófico, ritmo e cantado, histórico, sociológico etc.
- Projeto UNIVERSIDADE DA CAPOEIRA – Projeto, inicialmente, apresentado do Governo Federal e, depois, à Universidade Estácio de Sá.
- Projeto HOMENAGENS ESPECIAIS – Exemplo: reforma completa do túmulo do Sr. Anselmo barnabé, Sapo, com colocação solene de uma Placa de Agradecimento.
- CAPOEIRA EDITORIAL – Republicação enriquecida por uma avaliação crítica dos principais livros escritos Capoeiragem – ODC, Plácido de Abreu, ZUMA, Inezil Penna Marinho etc.
Dentro dessa perspectiva, a proposta é colher depoimentos de Esportistas – não só da capoeira – transformando em documento suas memórias (registros descritivos e datados) e não de história (processo de interpretação sob forma de narrativa com base temporal). Daí não caber digressões nem análises pormenorizadas. Ou seja: trabalha-se com marcos histórico, mas não se faz história.
Oferecendo-se base para o trabalho de historiadores embora seja focado para a gestão do esporte e atividades similares. Há que então reduzir ou evitar juízos de valor do autor(es) sobre o tema enfocado, isto é, comentários de que algo é bom ou mau no presente ou para o futuro contextualizado do tema.
Outra abordagem a evitar é a de criticas ou denúncias diretas a pessoas ou instituições, que não são próprias de um banco de dados com registros a serem interpretados por terceiros com interesses múltiplos e que está proposto para contínua revisão de dados.
A base de conteúdo de cada depoimento (capítulo) é a ordem cronológica dos fatos descritos começando por referência ao ano (s) do acontecimento, a décadas se o período focalizado é mais longo, ou até mesmo século(s) em casos excepcionais. Não se usa hífen depois da data na abertura de cada fato examinado: ano, década e século são subtítulos no Atlas.
O padrão geral de formato dos capítulos sugere uma listagem cronológica de fatos relevantes que tiveram consequências no desenvolvimento (crescimento, mudança de direção, estagnação e/ou retrocesso) do esporte ou da manifestação relacionada aos esportes, à educação física ou atividade física de saúde e/ou lazer.
O parágrafo inicial de cada capitulo também é padrão, levando o título de “Origem(s) e Definição (ões)” ou Definições primeiro e depois Origens. Se aceita também a separação entre “Origem” e “Definição”, pois às vezes há maior clareza quando há dois enfoques.
Ao final da ordem cronológica temos “Situação Atual” que não deve ser conclusão. O Atlas não trabalha com conclusões, mas sobretudo com tendências. Em síntese, “Situação Atual” refere-se a um conjunto de dados que oferece uma idéia de como se desenvolve presentemente o tema examinado no capítulo. Em certos casos é tolerável uma pequena interpretação dos dados destacados, ou alguma crítica que possa explicar uma determinada situação. Não se pode priorizar, entretanto a crítica porque os capítulos devem ser bem mais descritivos do que analíticos, dando pouca margem a interpretações pormenorizadas.
Em termos do modelo Atlas para orientação de conteúdos, a crítica não é própria porque se lida com um banco de dados de amplo acesso e consultas variadas. O Atlas, assim sendo, oferece bases para críticas, mas evita aprofundamentos críticos, não se tratando de um espaço de discussão acadêmica, política, religiosa ou ideológica. Contudo, a margem válida de interpretações dos autores incide sobre etapas selecionadas do desenvolvimento no tempo do esporte, atividade ou área de saber ou de suporte de atividades físicas. Este tipo de analise deve ser bem resumida e bem objetiva, posta no texto com titulo de parágrafo “Décadas de tal a tal – Interpretações” ou mesmo “Interpretações das décadas de tal a tal”, se assim for opção do autor (es).
O Atlas não é diagnóstico nem plano, portanto não cabem nos capítulos sugestões ou projeções para o futuro. As abordagens projetivas são responsabilidade das pessoas que consultam o Atlas para trabalhos diversos. Porém, algumas interpretações trazem à luz evidências e tendências, e estas, se resumidas, podem ser mantidas uma vez que se referem a interpretações do desenvolvimento. Nesta opção de roteiro de redação não se deve eliminar dados numéricos mesmo que aparentem inconsistência, pois estes constituem um dos objetivos principais do Atlas (base para estudos econômicos na área esportiva). Assim, aceitam-se estimativas rotulando-as sempre como provisórias. Note-se que todos os dados são submetidos a cruzamentos e revisão continuamente nas diferentes versões do Atlas, o que oferece segurança no trato quantitativo dos temas. As revisões e atualizações deverão progressivamente melhorar a base de dados, tendo a versão livro de 2005 uma função demarcadora. Comentários sobre o grau de fidedignidade de certos dados são pertinentes sobretudo quando são provenientes de fonte confiável (geralmente especializada e identificada) e há condições de se verificar o modo de coleta, organização e/ou tratos estatísticos.
Cada capítulo ou Box, por padrão, termina com o subtítulo “Fontes”, excetuados aqueles que constituem experiência pessoal, descrição direta ou levantamento e pesquisa presencial produzidos pelo(s) autor (es) do texto (levantamento de academias ou clubes em determinado município, por exemplo). Como o Atlas é um repositório de memória em contínua revisão, as fontes incluem testemunhos pessoais e indícios em objetos, edifícios, monumentos etc., além de documentos, jornais, livros e outros meios de fidedignidade mais evidentes. As fontes são relacionadas nos capítulos por qualquer meio de referenciação ou normatização, sugerindo-se, entretanto sempre que possível seguir os padrões ABNT (nacional) e o APA (internacional). As fontes de testemunhos pessoais são relacionadas pelo(s) nome(s) do(s) informante(s) e data da obtenção da informação. A referenciação dos Atlas regionalizados como unidade de publicação (site, livro, CD etc.), entretanto, deve seguir a ABNT e a APA, tendo seus editores ou organizadores citados em conjunto com o título “Atlas do Esporte no Rio Grande do Sul” (assumindo-se o exemplo do primeiro Estado a produzir uma versão local).
Padrões do Atlas: Referências gerais ou específicas para elaboração de contribuições para o Sistema Atlas, sujeitas a reformulações sucessivas de acordo com necessidades surgidas na editoração das informações, nos procedimentos de programação visual e nos ajustes à mídia de cada versão em preparo (formatos e softwares).
Dados do Atlas: Informações produzidas por fonte identificada que são re-elaboradas em forma, mantidas no seu conteúdo e verificadas sempre que necessário, e possível pelo Sistema Atlas. O propósito básico é de coletar e expor informações como memória e para uso seletivo de interessados, constituindo basicamente um meio de gestão.
Direitos autorais: O Sistema Atlas tem como marcos conceitual a legislação em vigor no Brasil sobre direitos autorais e sobre a atuação de voluntários conforme descrito no Atlas livro, versão 2005, página 6.
Cevatlas: Lista de discussão do Centro Esportivo Virtual – CEV (visitar em www.cev.org.br) que opera como ponto de encontro dos participantes e dos interessados no ATLAS – Sistema de Informações e Gestão em Esporte e Atividades Físicas, cuja primeira manifestação foi o livro “Atlas do Esporte no Brasil” e que na fase atual se desdobra em outras mídias e diversos segmentos de localização geográfica, memória e temas de abordagem. A inscrição no Cevatlas é feita via http://listas.cev.org.br/mailman/listinfo/cevatlas
Esporte: Expressão genérica, eventualmente completada com palavras de significados congêneres – em especial das áreas de lazer, saúde e educação física -, usada no Sistema Atlas como síntese das atividades físicas praticadas como manifestação pessoal, grupal e comunitária, ou como promoção de instituições privadas e públicas. Por padrão, esta expressão adota a grafia mais comum de ser encontrada no Brasil: “esporte” (sem o “d” da palavra “desporto”).
TEMAS – Em linhas gerais, os temas abordados pelos Atlas estaduais, regionais e de cidades são os mesmos do Atlas nacional, edição 2005, porém respeitando-se a especificidade local está prevista a adição de novos temas nestas novas versões do Atlas no caso de existir informações suficientes para um capítulo próprio. Como a base dos Atlas estadual é constituída de municípios, as informações sobre determinada atividade / esporte ou meio de geração de conhecimento (Ensino Superior de Educação Física, associações científicas, áreas de saber etc.) podem ser alocadas nos municípios onde acontecem se não houver condições de se organizar um capítulo próprio.
Inovações locais na prática de esportes, invenções de equipamentos e protocolos, biografias de atletas de renome regional, história de cursos locais de formação em educação física, memória de clubes e de entidades esportivas, e outras formas de resgate da identidade local esportiva são exemplos a realçar para a pauta de trabalhos de um Atlas regionalizado.
CAPÍTULOS – A unidade básica dos Atlas de Estado, região ou cidade, é o ‘capítulo’ tal como acontece no Atlas nacional em livro, cujo conteúdo é mantido na versão na Internet que dá formato básico ao Sistema ATLAS. Porém, ao contrário do Atlas nacional que se regulou por tamanho padrão (10.500 – 10.700 caracteres contando espaços), os seus desdobramentos seguintes poderão ser maiores ou menores. Tanto a expansão como e a redução apóiam-se na experiência do projeto Atlas original pelo qual se demonstrou a existência de alguns temas cujo tamanho padrão limitava ou excedia em demasia sua compreensão; outro motivo prende-se ao fato de que na Internet não há limitações de tamanhos de texto como no formato livro. Assim, o capítulo nos Atlas regionalizado possui tamanho variado dependendo da existência de conteúdo e disponibilidade de autoria e editoração. E o padrão, nestas circunstâncias, é ditado por um texto mínimo que possa dar validade à criação de um capítulo e atribuir importância ao tema focalizado, ou seja: 10.500 caracteres contando espaços. Os complementos de cada capítulo adotam o formato Box (caixa) e podem se desdobrar na medida em que surjam atualizações e reajustes.
A disposição dos capítulos em seções temáticas tal como encontrada no Atlas nacional, pode ser seguida nas versões regionalizadas, contudo a especificidade de cada Estado, região ou cidade, indica a pertinência de flexibilidade nestes temas e da adoção do município como base. Nestes termos, por padrão, a seção principal do Atlas de cada Estado e de região, inclui todos os municípios pesquisados (cada município, um capítulo), numa composição similar à seções “Lazer – Cidades e Regiões” encontradas no Atlas nacional de 2005.
Os capítulos relacionados a municípios incluem dados sobre clubes, instalações esportivas, academias, locais para atividades físicas de lazer e de saúde, registros históricos sobre atividades e instituições esportivas e de lazer locais, levantamentos e estimativas de número de participantes, faculdades de educação física e outras circunstâncias também mapeadas na seção “Lazer – Cidades e Regiões” do Atlas nacional. Além de documentos e registros, os dados coletados serão aqueles disponíveis no município ou estimados por dirigentes, líderes, técnicos, professores, atletas veteranos e outras pessoas com experiência de vida no esporte e lazer locais. Para auxiliar esta pretendida coleta, um dos futuros documentos de padrões será orientado como roteiro para obtenção de dados no município.
A única ilustração permitida em cada capítulo é o mapa do município, da cidade ou da região focalizada em seus vários municípios, consolidando padrão já adotado no Atlas nacional. Por sua vez, as fotos e figuras coletadas serão incluídas numa seção final à parte, denominada de “Quem fez acontecer – Fotos e figuras” (ver seção original no Atlas nacional), que no Sistema Atlas via Internet aglutinarão as fotos e figuras por municipios, destacando-se regiões e cidades quando apropriado. A prioridade absoluta, neste caso, pertence a fotos e figuras de mais de 30 anos na temática esportiva, de educação física, lazer e saúde, que constituem os registros de maior possibilidade de perda na atualidade.
METODOLOGIA
Ao mesmo tempo em que se atualiza os dados e informações já coletadas e ordenadas no formato do Atlas, deve-se iniciar a coleta de depoimentos de esportistas, que participaram da implantação dos esportes modernos no Maranhão, registrando-se em vídeo, esses depoimentos, constituindo-se como fonte primária para os trabalhos de história.
História Oral é a designação que se dá “ao conjunto de técnicas utilizadas na coleção, preparo e utilização de memórias gravadas para servirem de fonte primária” [3]. Já na definição de CAMARGO[4], é o “conjunto sistemático, diversificado e articulado de depoimentos gravados em torno de um tema“, ou como ensino a própria ALBERTI (1990), é o “método de pesquisa … que privilegia a realização de entrevistas com pessoas que participam de, ou testemunham, acontecimentos …”.
Em qualquer pesquisa parte-se da questão de que há algo a investigar. Ao decidir-se pelo emprego da técnica da história oral, como sendo o mais apropriado, estabelece-se também os tipos de fonte de dados, tendo em vista que a história oral vale-se de outras fontes, além das entrevistas [5]. Dois tipos de fontes de dados:
- Reportagens de jornais, crônicas, relatos e literatura acadêmica, que nos permite o estudo do processo de implantação da educação física escolar e o desenvolvimento do esporte moderno em Maranhão;
- Entrevistas com pessoas que viveram esses processos.
Para esse item, deve-se verificar se, no universo de estudo, há entrevistados em potencial, se é possível entrevistá-los e se estão em condições físicas e mentais de empreender a tarefa que lhes é solicitada.
Estabelecidos os métodos e as entrevistados, resta definir as entrevistas. Serão estabelecidas algumas categorias simples, empiricamente, utilizadas como pretexto para o entrevistado se lançar no esforço de rememoração. São perguntas de ordem genealógica, história pessoal, sobre educação, educação física, esportes, pessoas conhecidas, enfim, lembranças “daqueles bons tempos”.
JANOTTI (1988) identifica dois tipos de memória no cultivo de reminiscências sobre o passado recente, e sobre os antepassados. Produzem-se histórias que podem tanto pertencer às memórias individuais como às coletivas. O indivíduo participa desses tipos de memória e, conforme sua participação, ou do seu conhecimento dos fatos. Poderá adotar duas atitudes diferentes e mesmo contraditórias.
Já ASSUNÇÃO (1988) identifica três tipos de memórias: “No primeiro nível, uma memória oral individual, quando o informante nos dá notícias biográficas de sua família. Essa memória permanece em virtude de seu interesse que as pessoas mostram pela vida e façanhas dos antepassados. Às vezes, pode ser também contada pode ser contada por uma pessoa que não pertence à família, mas conheceu-a; no segundo nível, a memória oral de uma comunidade: a história de sua origem … Essa memória que é uma propriedade coletiva … é preservada em virtude de sua função dentro da comunidade …; no terceiro nível, uma memória oral mais geral: é o que poderia chamar de memória regional“. (p. 215)
Os depoimentos do primeiro tipo, evidentemente, são os mais subjetivos, os menos suscetíveis de controle pelo pesquisador. O episódio contado não pode, em geral, ser verificado por outras fontes. A sua verificação se dá pela coerência interna e pela confrontação com episódios semelhantes. Já os depoimentos do segundo e, sobretudo do terceiro tipo, constituem já um documento mais “objetivo”. Referem-se à existência de um fundo comum na memória oral (ASSUNÇÃO, 1988; VAZ, D., 1990 [6]).
O trabalho que se pretende é o de integrar a uma estrutura social elementos e fatos isolados, procurando uma explicação causal, sem esquecer a descrição histórica [7]. Para Berkoffer Jr. (citado por CARDOSO, 1988, p. 77), “… a História (entendida como explicativa, respondendo aos porquês ?) não pode explicar totalmente à ‘crônica’ (que responde a perguntas do tipo ‘o que’, ‘quem’, ‘quando’, ‘onde’, ‘como’?)”.
Chronica (do latim) é termo que indica narração histórica, ou registro de fatos comuns, feitos por ordem cronológica; como também é conjunto das notícias ou rumores relativos a determinados assuntos [8].
Para o levantamento dos possíveis depoentes se utilizará do que já foi escrito, do Atlas do Esporte no Maranhão, além dos citados durante os depoimentos.
Os depoimentos serão gravados em vídeo, utilizando-se dos estúdios do MAVAM – Museu de Artes Visuais do Maranhão – contratada sua utilização para tal fim, devendo-se colher, inicialmente, 100 (cem) depoimentos, sendo 60 (sessenta) relacionados aos esportes, em especial o escolar, relacionados aos FEJ/JEMs – pelo menos 60% -, e os demais 40 depoimentos, constituirá o Livro-Álbum dos mestres Capoeiras.
CUSTOS
FINANCIAMENTO
LISTAS DE ENTREVISTADOS
ESPORTES ESCOLARES
Dimas
Claudio Vaz
Laércio Elias Pereira
Sidney Zimbres
Lino Castelani
Marcão
Jose Maranhão Penha
Aldemir Mesquita
JOSÉ GERALDO MENDOÇA DE MENEZES
FABIANO VIEIRA DA SILVA
JOSÉ DE RIBAMAR MIRANDA
LISTER CARVALHO BRANCO LEÃO
Raimundo Aprígio Mendes
Elir Jesus Gomes
Prof. Emilio
VANILDE MARIA CARVALHO LEÃO
Ivone Reis Nunes
José Faustino Alves
Phil Camarão
Eldir de Carvalho Campos
MAURO DE ALENCAR FECURY
ARY FAÇANHA DE SÁ
JOÃO ALBERTO DE SOUZA
JOSÉ SARNEY
Gobel – pai e filho
Canarinho
Oliveira Ramos
Lima Coelho
LECÍLIO ESTRELA
[Raimundo Estrela
MURILO GAGO
Patinhjo
Baé
Marco Aurelio
Abelha
Mizinho
Indio do Maranhao
Diniz
Alzamor
Serginho
Brasilia
Bamba
Vespaziano
[1] GOELNER, 2004, X Congresso de Ciências do Desporto e de E. F. dos Países de Língua Portuguesa. Os desafios da renovação. Disponível em http://www.fade.up.pt/rpcd/_arquivo/rpcd_vol.4_nr.2.pdf .
[2] A VOLTA AO MUNDO DA ARTE AFRO-BRASILEIRA DA CAPOEIRAGEM – Ação Conjunta com o Governo Federal – Estratégia 2005 – Contribuição do Rio de Janeiro – Minuta de André Luiz Lace Lopes, com sugestão de Mestre Arerê (ainda sem revisão).
[3] CORRÊA, Carlos Humberto P. HISTÓRIA ORAL – Teoria e prática. Florianópolis : UFSC, 1978
[4] ALBERTI, Verena. HISTÓRIA ORAL – a experiência do CPDOC. Rio de Janeiro : FGV/CPDOC, 1990
[5] SILVA, M. Alice Setúbal: GARCIA, M. Alice Lima: FERRARI, Sônia C. Miguel. MEMÓRIAS E BRINCADEIRAS NA
CIDADE DE SÃO PAULO NAS PRIMEIRAS DÉCADAS DO SÉCULO XX. São Paulo : Cortez, 1980
[6] VAZ, Delzuite Dantas Brito. PARAIBANO NA MEMÓRIA ORAL – da chegada de Antônio Paraibano à região do Brejo – Município de Pastos Bons – à fundação da cidade de Paraibano-Ma. São Luís : UFMA, 1990. (Monografia de graduação em História). (Mimeog.)
[7] CARDOSO, Ciro Flamarion. UMA INTRODUÇÃO À HISTÓRIA. 7 ed. São Paulo : Brasiliense, 1988.
[8] DICIONÁRIO AURÉLIO, 1986, p. 502, citado por BORRALHO, José Henrique de Paula. Literatura e política em A Chronica Parlamentar, de Trajano Galvão de Carvalho. In GALVES, Marcelo Cheche; COSTA, Yuri. O MARANHÃO OITOCENTISTA. Imperatriz: Ética; São Luis: Editoras UEMA, 2009, p. 371-403.