Resumo

O foco central deste estudo está direcionado aos procedimentos utilizados na elaboração de uma proposta de avaliação da Coordenação, do Equilíbrio e da Orientação Espacial para indivíduos cegos, tendo em vista sua contribuição no ensino de técnicas de locomoção, em atividades físicas em geral e em esportes específicos. Com base em testes clássicos da literatura descritos por OZERETSKY, (1946); SOUBIRAN, (s.d.); LAPIERRE, (1982); ZAZZO, (1968); LEFEVRE, (1972); VAYER, (1982), foram adaptadas e acrescentadas instruções, e a forma e o local de execução de cada prova que fez-se necessária, frente aplicação no grupo piloto. Foram avaliados 23 portadores de deficiência visual Bl (cego), adquirida após os cinco anos de idade (os quais já possuem imagem mental), adultos, de ambos os sexos. Os procedimentos utilizados para avaliação constituíram-se de dois momentos; uma entrevista para levantamento de dados, e em dia subseqüente a aplicação de uma média de 20 provas para cada um dos aspectos de Coordenação, Equilíbrio e Orientação Espacial. De acordo com os critérios estabelecidos por LEFEVRE (1972), foram consideradas satisfatórias as adaptações desde que 75% ou mais dos probandos tenham conseguido realizá-las. Com relação aos 100% de aproveitamento, introduzimos dois procedimentos: eliminar algumas provas, visto que não obtiveram variabilidade em suas respostas, e indicar outras como pré-requisito na análise e preparação dos sujeitos a serem avaliados. Os resultados encontrados neste estudo os quais contaram com uma análise de comparação entre provas de um mesmo aspecto discutidas à nível de 5% de significância (GOODMAN.1964; 1965) nos mostram a importância das informações verbais detalhadas para algumas das provas e a necessidade para outras. da inclusão ou exclusão de informação tátil e auditiva de distância, direção, postura, altura e diâmetro. Deste modo foi possível eleger diretrizes para avaliação desta população, a partir da análise de cada prova separadamente. Entendemos, ao propor este trabalho, que ê possível e emergente avaliar o portador de deficiência visual, enriquecendo assim os métodos de intervenção, seja ele educacional, esportivo ou para locomoção. Tendo por conseqüência, de uma avaliação eficaz a identificação das limitações individuais de cada um.

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