Resumo
Na Ilha João da Cunha em Porto Belo, Santa Catarina, foi implantado um roteiro turístico, para a prática do mergulho livre guiado, visando uma atividade com menor impacto ambiental possível. Durante oito meses foram realizadas vinte e cinco expedições de mergulho, perfazendo toda a extensão da ilha, com a finalidade de reconhecer e selecionar as melhores áreas para o estabelecimento das trilhas subaquáticas. Informações obtidas por meio de indicadores biológicos, físicos e sociais possibilitaram a confecção de material para orientação e divulgação da atividade. Foram identificadas 26 espécies de invertebrados marinhos, 40 espécies de peixes e 36 gêneros de macro algas. No período compreendido entre 13 de dezembro de 2000 a 28 de fevereiro de 2001, as trilhas subaquáticas foram abertas aos visitantes da Ilha, durante este período 1429 pessoas mergulharam em grupos de no máximo cinco turistas acompanhados de um monitor. Antes de entrar na água com os turistas, o monitor transmitia instruções sobre o uso do equipamento, informações sobre os organismos mais prováveis de serem encontrados e, procedimentos para uma prática sensata do esporte. Por meio de um questionário, aplicado aleatoriamente aos usuários das trilhas, foram obtidas informações sobre o perfil do mergulhador e sobre sua satisfação quanto ao serviço oferecido. Os resultados mostraram também que a maioria dos visitantes, pertence ao grupo de mergulhadores com pouca ou nenhuma experiência, demonstrando interesse em continuar mergulhando, inclusive ingressando em um curso de mergulho autônomo para aprimorar a técnica.
Aspectos como o envolvimento da comunidade local, segurança e grau de satisfação dos usuários também foram avaliados. O presente trabalho também forneceu subsídios para elaboração de um
zoneamento das atividades desenvolvidas no entorno da Ilha, sugerindo normas de proteção ao ambiente marinho considerando os principais conflitos sobre o uso dos recursos naturais da área de estudo