Resumo

Entender como os atletas desenvolvem e melhoram suas capacidades psíquicas é um grande desafio para a Psicologia do Esporte. Porque alguns atletas lidam melhor com situações de adversidade e fracassos enquanto outros sucumbem ou porque alguns parecem não se abalar com situações inesperadas são alguns questionamentos instigantes dessa área. A compreensão e a explicação dos componentes psicológicos geradores destas diferenças tem se revelado um componente fundamental a contribuir com o diagnóstico e o desenvolvimento de intervenções adequadas em nível de treinamento, visando a competitividade e os melhores rendimentos no esporte. O construto psicológico “Mental Toughness”, traduzido para o português como “Robustez Metal” (RM), tem sido utilizado para explicar essas diferenças e o alto desempenho de alguns atletas. No entanto, no Brasil ainda há uma escassez de estudos referente ao construto bem como uma escala validada para mensurar a Robustez Mental em atletas brasileiros. Assim sendo, para minimizar essa deficiência, a presente dissertação, teve por objetivo elaborar e verificar as propriedades psicométricas da Escala de Robustez Mental no esporte para atletas brasileiros adultos (RME-A). Para tanto, foi utilizada uma amostra não probabilística, intencional, composta por 413 atletas profissionais, sendo (feminino n=207 e masculino n=205, de 15 modalidades esportivas, com idades entre 18 e 38 anos (21,6±4,26), com pelo menos um ano de experiência na modalidade e que participavam de competições oficiais regularmente. A escala foi elaborada de acordo com o modelo teórico dos 4C’s (control, commitment, challenge and confidence), que traduzidos para o português ficaram (controle, compromisso, desafio e confiança). Por meio do recurso da Análise Fatorial Confirmatória foi possível verificar índices de ajustamento aceitáveis ao modelo teórico examinado (χ2 = 103,79, p <0,000; RMSEA = 0,07, GFI = 0,98, AGFI = 0,97, NFI = 0,91, NNFI = 0,95, CFI = 0,96, χ2 / df = 1,73). Os resultados apontam também para boa consistência interna (cargas fatorias (0,50), valor de t (>1,96) e confiabilidade composta (>0,60). A análise de convergência entre a Escala RME-A e a Escala de Resiliência aponta para correlações positivas e significativas (p<0,05). Em conformidade, os resultados encontrados suportam a evidência de validade da Escala RME-A com propriedades psicométricas aceitáveis, podendo, portanto, constituir-se como uma ferramenta útil para avaliar a Robustez Mental de atletas brasileiros adultos.

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