Resumo

O objetivo deste estudo foi identificar o limiar de fadiga eletromiográfico

(EMGLF) dos músculos vasto medial (VM), vasto lateral (VL), reto femoral

(RF) e bíceps femoral cabeça longa (BF) durante protocolo incremental

intermitente em cicloergômetro. Dez voluntários saudáveis e sem histórico de

doenças músculo-esqueléticas realizaram teste em um cicloergômetro iniciandose com aquecimento de 5min com carga variando de 35 a 70W, seguido de

descanso de 2 min e, retorno com cargas randômicas de 175, 210, 245 e 280W

na cadência de 70rpm por um período de 2min por carga, e intervalo de 15min

entre elas. Utilizou-se eletrodos de superfície bipolares passivos de Ag/AgCl

posicionados sobre os músculos após tricotomia e limpeza da pele com lixa

fina e álcool; um módulo de aquisição de sinais biológicos (Lynx®) calibrado

com ganho: 1000 vezes, filtro passa alta: 20Hz, filtro passa baixa: 500Hz;

freqüência de amostragem: 1000Hz; placa A/D e software específico. Por

meio de imagens digitalizadas o ciclo da pedalada foi dividido em quatro

quadrantes: Q1 de 0 à 90º, Q2 de 90 à 180º, Q3 de 180 à 270º e Q4 de 270 à

360º, sendo os valores de root mean square (RMS) do VM, VL e RF obtidos

de Q1 a Q2 e o BF de Q1 a Q3. Os valores de EMGLF foram obtidos segundo

proposta de MORITANI et al. (1993). Para analise estatística utilizou-se o teste

de Friedman (p<0,05). Os slopes obtidos da regressão linear entre RMS e o

tempo de execução das cargas de 175, 210, 245 e 280W foram 0,22±0,29;

0,16±0,37; 0,37±0,71; 0,44±0,96 para o VM, de 0,36±0,44; 0,17±0,52;

0,73±1,44; 1,29±1,36 para o VL, de 0,25±0,39; 0,24±0,31; 0,42±0,57;

0,72±0,84 para o RF e de 0,01±0,13; 0,17±0,26; -0,02±0,3; 0,29±0,39 para o

BF respectivamente. Na carga de 245W os slopes apresentaram diferenças

significativas entre os músculos RF e BF com maiores valores para RF. O

músculo BF apresentou diferenças significativas entre 175 e 280W e entre 245

e 280W, com maiores valores para carga de 280W. A análise dos EMGLF

mostrou valores semelhantes entre todos os músculos. Conclui-se que no

presente protocolo a padronização destes procedimentos permite a obtenção

de indicadores úteis para acompanhamento do desenvolvimento muscular em

cicloergômetro demonstrando que dentre os músculos analisados o

desenvolvimento da fadiga ocorre de forma sincrônica

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