Protocolo Incremental Intermitente em Ciclismo Estacionário: Uma Análise Emg da Fadiga Muscular
Por Mauro Gonçalves (Autor), Fabio Milioni (Autor).
Em XI Congresso de Educação Física e Ciências do Desporto dos Países de Língua Portuguesa
Resumo
O objetivo deste estudo foi identificar o limiar de fadiga eletromiográfico
(EMGLF) dos músculos vasto medial (VM), vasto lateral (VL), reto femoral
(RF) e bíceps femoral cabeça longa (BF) durante protocolo incremental
intermitente em cicloergômetro. Dez voluntários saudáveis e sem histórico de
doenças músculo-esqueléticas realizaram teste em um cicloergômetro iniciandose com aquecimento de 5min com carga variando de 35 a 70W, seguido de
descanso de 2 min e, retorno com cargas randômicas de 175, 210, 245 e 280W
na cadência de 70rpm por um período de 2min por carga, e intervalo de 15min
entre elas. Utilizou-se eletrodos de superfície bipolares passivos de Ag/AgCl
posicionados sobre os músculos após tricotomia e limpeza da pele com lixa
fina e álcool; um módulo de aquisição de sinais biológicos (Lynx®) calibrado
com ganho: 1000 vezes, filtro passa alta: 20Hz, filtro passa baixa: 500Hz;
freqüência de amostragem: 1000Hz; placa A/D e software específico. Por
meio de imagens digitalizadas o ciclo da pedalada foi dividido em quatro
quadrantes: Q1 de 0 à 90º, Q2 de 90 à 180º, Q3 de 180 à 270º e Q4 de 270 à
360º, sendo os valores de root mean square (RMS) do VM, VL e RF obtidos
de Q1 a Q2 e o BF de Q1 a Q3. Os valores de EMGLF foram obtidos segundo
proposta de MORITANI et al. (1993). Para analise estatística utilizou-se o teste
de Friedman (p<0,05). Os slopes obtidos da regressão linear entre RMS e o
tempo de execução das cargas de 175, 210, 245 e 280W foram 0,22±0,29;
0,16±0,37; 0,37±0,71; 0,44±0,96 para o VM, de 0,36±0,44; 0,17±0,52;
0,73±1,44; 1,29±1,36 para o VL, de 0,25±0,39; 0,24±0,31; 0,42±0,57;
0,72±0,84 para o RF e de 0,01±0,13; 0,17±0,26; -0,02±0,3; 0,29±0,39 para o
BF respectivamente. Na carga de 245W os slopes apresentaram diferenças
significativas entre os músculos RF e BF com maiores valores para RF. O
músculo BF apresentou diferenças significativas entre 175 e 280W e entre 245
e 280W, com maiores valores para carga de 280W. A análise dos EMGLF
mostrou valores semelhantes entre todos os músculos. Conclui-se que no
presente protocolo a padronização destes procedimentos permite a obtenção
de indicadores úteis para acompanhamento do desenvolvimento muscular em
cicloergômetro demonstrando que dentre os músculos analisados o
desenvolvimento da fadiga ocorre de forma sincrônica