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Temos observado, nesta última década, o crescimento da atividade física praticada por pessoas de diferentes níveis de idade, cultura e status. Nesta atividade tem se salientado a corrida, feita em pista, bosque, quadra e mesmo ao redor da casa.

O número de pessoas que se filiam a este “clube da saúde”, no mundo inteiro, é enorme. A prática tem sido diária, mesmo com alternâncias de temperatura e condições atmosféricas adversas. Por que toda esta motivação dos praticantes? Ao serem inquiridos, os praticantes referem que o maior fator que os leva a essa prática é o “sentirem fortes, física e psicologicamente” E tem razão, quando se expressam desse modo porque o trabalho aeróbico, bem orientado (por professores de educação física e médicos) confere ao praticante uma melhora orgânica que atinge, como sempre, a esfera psicológica.

A integração da área física e psíquica é uma afirmação constante no nosso dia a dia. As doenças psicossomáticas são expressões, a área física, de transtornos na área psicológica. Igualmente, um homem fraco fisicamente ou doente, apresentará baixa eficiência ou transtornos nos aspectos psíquicos.

O mundo atual, de alta competição, gera muita ansiedade no ser humano. A agressividade pode ser lançada no meio ambiente em termos de agressões das mais distintas amplitudes. Os jornais estão cheios de manchetes que confirmam esse estado de coisas.

Poderá, também, o homem reprimir sua agressividade lançando sobre si mesmo, o que repercutirá, certamente, na sua saúde mental ocasionando até doenças orgânicas (as úlceras duodenais são um exemplo).

Sabemos que a ansiedade tem sua descarga maior e mais fácil na área motora. Sempre que estamos ansiosos movimentano-mos.. O pai na maternidade, o torcedor no estádio ou o aluno durante uma prova, dão mostras, com atos motores diferentes, é claro, de como o ser humano baixa seu nível de ansiedade.

Se a agressividade for lançada no meio ambiente, mal dirigida, em atos agressivos que causam prejuízos à pessoas ou coisas, gerará culpa no agressor aumentando sua ansiedade. A atividade física oferece uma ocasião impar, onde baixamos o nível de ansiedade e canalizamos a agressividade, lançando-a no meio ambiente de maneira construtiva, sem perigo ou dano à sociedade.

Além de tornar-se mais forte fisicamente, o praticante de Educação Física efetua certos atos que simbolicamente atingem sua área psicológica. Podemos agredir a pista, “esmagando-a”, “pisando-a”, sem sentimento de culpa, como quando no voleibol socamos uma bola. O correr também tem um simbolismo de progredir, de ir em frente mesmo com as dificuldades do cotidiano.

Nos Estados Unidos, desde 1976, psiquiatras e psicólogos tem feito psicoterapia através de corridas nos bosques e nas pistas. É novidade em termos de corrida pois a Educação Física, como psicoterapia tem sido usada há várias décadas, sendo conhecida como Ludoterapia ou Praxiterapia.

Nós, que há mais de vinte anos estamos dentro do esporte, treinando nosso corpo e nosso espírito, ficamos muito felizes num momento em que inúmeros países lançam campanhas de Educação Física e Esporte para todos, pois somos os agentes desta Psicoprofilaxia e psicoterapia que promove a atividade física, indo ao encontro daquilo que sempre buscamos: uma mente sã e um corpo sadio.

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