Resumo
17/02/2020
O objetivo deste estudo foi comparar a capacidade funcional de mulheres com dor femoropatelar (DFP) de acordo com o seu índice de massa corporal (IMC). Para isso, quarenta e oito mulheres com DFP com idade entre 18 a 35 anos foram divididas em três grupos: DFP peso normal, DFP sobrepeso e DFP obesidade. O nível de dor, o nível de atividade física e a capacidade funcional autorreportada, foram obtidos por meio da escala visual analógica de dor (EVA), dos questionários Baecke e Anterior Knee Pain Scale (AKPS), respectivamente. Em seguida, a capacidade funcional objetiva foi obtida pelo desempenho das participantes durante os testes funcionais de descida de degrau, de salto unipodal e de prancha frontal e lateral. Por fim obteve-se o pico de torque isométrico dos músculos extensores de joelho e abdutores de quadril utilizando um dinamômetro isocinético. Para a comparação entre grupos foi realizado a análise de variância (ANOVA) de um fator (dados paramétricos) e teste de Kruskal-wallis (dados não paramétricos). O nível de significância adotado foi de α <0,05. Não houve diferença significativa no nível de dor (F(2,45) =0,842; p=0,437) e de atividade física (F(2,45)=0,394, p=0,677) entre os grupos. O grupo DFP obesidade apresentou menor capacidade funcional autorreportada comparado ao grupo DFP peso normal (p=0.006; d=1,21); menor desempenho no teste de descida de degrau comparado aos grupos DFP peso normal (p<0,001; d=1,76) e DFP sobrepeso (p<0,016; d=1,39); e menor desempenho no teste de salto unipodal comparado ao grupo DFP sobrepeso (p=0,014; d=1,12). Em relação aos testes de prancha, o grupo DFP obesidade apresentou menor desempenho no teste de prancha lateral esquerda comparado aos grupos DFP peso normal (U=32,50; p<0,001; d=1,65) e DFP sobrepeso (U=48,00; p<0,01; d=1,26) e menor desempenho no teste de prancha lateral direita comparado ao grupo DFP peso normal (U=29,00; p<0,001; d=1.75). Por fim o grupo DFP obesidade apresentou menor torque isométrico dos extensores de joelho comparado ao grupo DFP peso normal (p=0,001; d=1,29) e menor torque isométrico dos abdutores de quadril comparado aos grupos DFP peso normal (p<0,001; d=1,72) e DFP sobrepeso (p=0,002; d=1,26). Conclui-se que não houve diferença no nível de dor e de atividade física entre os grupos, mas a obesidade influenciou negativamente na capacidade funcional autorreportada e objetiva das mulheres com DFP.