Resumo
Não vejo motivo para comemoração no dia 08/março, sobretudo pelo fato que é utilizado como a origem da data festiva. Assim como não vejo graça em 13/maio e 20/novembro, pois escravidão é abominável, como o é a dominação.
Penso que hoje é um dia para protestos por todas as partes do planeta, especialmente no entorno daquelas áreas onde as mulheres ainda são subjugadas e dominadas em nome de um deus qualquer ou pela força da tradição ou pela violência de seus “donos” (pais, irmãos, maridos, etc.). As protagonistas no meu 8 de março ideal são as mulheres. Certamente elas aceitariam o apoio desinteressado de todos os homens que as elogiam, as admiram e agradecem por existirem, mas festejariam uma mudança concreta de atitude.
O foco dos protestos são todas as desigualdades e ofensas cotidianas que as cercam, desde a falta de políticas públicas que lhes deem a necessária e correta assistência quando necessitam até contra os adjetivos que dizemos quando usam as roupas que querem e valorizam suas formas, expondo a beleza de seus corpos. Mas também seria um dia para protestar pelas diferenças no ambiente de trabalho que refletem nos salários absurdamente, onde os homens recebem 30% a mais que elas quando desempenham as mesmas funções.
Provavelmente a necessidade da existência de uma Lei Maria da Penha deva ser motivo de protesto pelos homens de vanguarda que, garanto, de maneira, peculiar aprenderam a superar os dias de mau humor e manterem uma relação sadia com suas irmãs, mulheres e filhas. Falando em vanguarda, ser um homem moderno, que divide as tarefas do lar é imprescindível no atual estágio da humanidade – acreditem, estamos bem, pois apesar de toda a barbárie que estamos vendo mundo a fora, estaria muito pior se o bem não fosse maior e mais extensivo que a maldade.