Qualidade de Vida de Mulheres com Doença Falciforme Atendidas em Um Hospital Terciário no Recife, Brasil
Por Evelyne Nascimento Pedrosa (Autor), Moranna Ribeiro Agra Alexandre (Autor), Pedro Henrique dos Santos Soares (Autor), Marcelo da Motta Wanderley (Autor), Rodolfo do Vale Morais Melo (Autor), Maria Suely Medeiros Correa (Autor), Ariani Impieri Souza (Autor).
Em Revista Brasileira de Qualidade de Vida v. 11, n 3, 2019.
Resumo
OBJETIVO: Avaliar a qualidade de vida (QV) de mulheres com doença falciforme (DF) atendidas em um hospital terciário no Recife, Brasil.
MÉTODOS: Estudo de corte transversal, com 60 mulheres, de 18 a 44 anos, sendo 30 mulheres com DF e 30 sem DF, pareadas por idade e acompanhadas no ambulatório de ginecologia do Instituto de Medicina Integral Prof. Fernando Figueira (IMIP), Recife, Brasil. Foi aplicado um questionário para caracterização sociodemográfica e outro para avaliar a QV, o WHOQOL-Bref. As médias dos escores de QV dos dois grupos com e sem DF foram comparadas pelo teste t de Student, adotando nível de significância de 5%.
RESULTADOS: A mediana da idade das mulheres foi de 28,5 anos (IIQ=25-35) para o grupo com DF e de 29 anos (IIQ=24-36) para o grupo sem DF. Não houve diferença entre as características sociodemográficas nos dois grupos, exceto para a variável renda (p=0,002). Houve predominância da raça negra no grupo de mulheres com DF, sem diferença estatística entre os grupos (p=0,198). A ocorrência de eventos clínicos relacionados com a DF foi relatada por 90% das mulheres. Em relação à avaliação da QV, os escores dos domínios físico, psicológico e meio ambiente foram mais altos no grupo de mulheres sem DF, embora apenas o domínio físico tenha mostrado diferença estatística entre os grupos (p=0,023).
CONCLUSÕES: A DF parece interferir na QV das mulheres, principalmente em relação aos aspectos físicos.