Qualidade de vida de pessoas que vivem com HIV no Brasil: revisão sistemática
Por Felipe Alckmin-Carvalho (Autor), Marcos Morais Santos Silva (Autor), Nathália Santana Simão (Autor), Lucia Yasuko Izumi Nichiata (Autor).
Em Revista Brasileira de Qualidade de Vida v. 16, n 1, 2024.
Resumo
Revisar sistematicamente estudos que avaliaram a qualidade de vida de brasileiros que vivem com HIV por meio do WHOQOL-HIV-Bref, ao longo dos 40 anos de epidemia de AIDS no Brasil.
MÉTODOS: Trata-se de uma revisão sistemática realizada com base nas diretrizes do PRISMA. Foram consultadas as seguintes bases de dados: LILACS, SciELO e PePSIC. Utilizou-se como palavra-chave: WHOQOL-HIV-Bref, sem limite de data de publicação e sem outras especificações/filtros. A busca foi realizada por dois pesquisadores, de forma independente.
RESULTADOS: Foram identificados 87 artigos, dos quais 13 foram selecionados. A qualidade de vida das pessoas que vivem com HIV no Brasil foi considerada média-alta. Escores mais elevados foram encontrados no domínio espiritual, e os mais baixos nos domínios meio ambiente e independência. No domínio físico foram encontradas médias elevadas, o que reflete os avanços biomédicos no tratamento do HIV.
CONCLUSÕES: Os bons indicadores de qualidade encontrados nos estudos analisados indicam que, quase 40 anos após o início da epidemia de HIV/AIDS, na maioria dos casos, o diagnóstico e a convivência com o vírus, por si só, não prejudicam a qualidade de vida de modo significativo e duradouro, sendo que o impacto depende de diversas outras variáveis sociodemográficas, clínicas e culturais.