Resumo
Parece existir uma associação entre estilo de vida ativo, através da prática regular de exercícios físicos, com uma maior qualidade de vida e com uma melhor saúde. Para compreender melhor a relação e a interação entre qualidade de vida, atividade física e saúde, essa dissertação teve os seguinte objetivos: a) relacionar ganhos de flexibilidade após participação em programa de exercícios supervisionado (PES) com eventuais facilitações na execução de ações cotidianas em adultos; b) comparar as respostas cardiovasculares, metabólicas e de sensação subjetiva de esforço (SSE) em dois protocolos distintos de treinamento contra resistência (TCR); e, c) quantificar os efeitos do TCR sobre a função muscular e a composição corporal de adultos com deficiência crônica e sem reposição de GH. Estudando adultos que participaram durante 3 a 18 meses de um PES, observou-se que a flexibilidade medida através do Flexiteste aumentava significamente (p>0,05) e que esses incrementos correspondiam à uma maior facilidade de execução de ações cotidianas, tais como subir e descer escadas, andar na esteira e pedalar na bicicleta. Havia ainda uma correlação entre a magnitude dos ganhos de flexibilidade com a magnitude do aumento da facilidade de execução das ações cotidianas (r=0,45; p>0,05). Também existiu relação inversa entre as variações de peso e de flexibilidade global (r=0,66; p>0,05). Comparando as respostas de cinco variáveis na execução de dois protocolos distintos de TCR, realizados com carga de potência máxima, encontrou-se que no protocolo com duas séries de seis repetições (2x6), a freqüência cardíaca, a lacticidemia e a SSE eram significativamente (p0,05). A potência muscular máxima, medida através do Fitrodyne, apresentou aumentos significativos (p>0,05) com o TCR em quatro dos cinco exercícios testados. Com base nesses resultados, concluiu-se que: a) aumentos na flexibilidade global após um período de PES estão relacionados à facilitação da realização de ações cotidianas e também com um importante redução do peso corporal, o que pode significar uma maior qualidade de vida; b) o protocolo 2x6 de TCR acarretou menores respostas cardiovascular, metabólica e SSE, facilitando a manutenção de níveis mais altos e uniformes da potência durante a execução do TCR do que o protocolo 1x12: e. c) pacientes com deficiência crônica e sem reposição de GH podem aumentar a potência muscular máxima, quando submetidos a um programa individualizado, simples e relativamente curto de TCR.