Resumo

A osteoartrite é uma desordem articular comum nos idosos, sendo responsável por causar perda da funcionalidade destes indivíduos, quando comparada a outras doenças. Sua prevalência aumenta com a idade por ser uma doença irreversível. Esta condição musculoesquelética causa dor, incapacidade física e redução da qualidade de vida. A artroplastia total de joelho é o procedimento adequado para o tratamento da osteoartrite em seus graus mais avançados, e tem apresentado uma melhora funcional dos extensores do joelho (por meio da redução da inibição reflexa e possível aumento da capacidade de produção de força) e da qualidade de vida (pela redução da dor, aumento da mobilidade e retorno às atividades de vida diárias) nesses casos avançados da doença. No entanto, os efeitos da substituição do joelho osteoartrítico pela prótese não são totalmente conhecidos. Em função disso, o objetivo do presente estudo foi comparar a ativação muscular e a produção de força (torque) de indivíduos com osteoartrite (n=20) e indivíduos com artroplastia total de joelho (n=12). O pico de torque dos músculos extensores de joelho foi avaliado durante contrações isométricas voluntárias máximas nos ângulos de 30º, 60º, 75º e 90º. Nos mesmos ângulos articulares também foi avaliada a ativação elétrica dos músculos vasto lateral, vasto medial e reto femoral, através da eletromiografia de superfície. A qualidade de vida foi comparada entre os dois grupos através do questionário WOMAC. O grupo artroplastia obteve menores escores no questionário, o que indica melhora da qualidade de vida destes indivíduos ao serem comparados com o grupo osteoartrite. O comportamento dos dados tanto para a produção de torque como para a ativação muscular, apresentou-se semelhante nos dois grupos. A produção de torque não apresentou diferença significativa entre os grupos avaliados (p=0,775), sendo que a única diferença observada foi para o torque entre os ângulos testados (p=0,0001). Assim como para a produção de torque, a ativação muscular não apresentou diferença significativa entre os grupos osteoartrite e artroplastia total de joelho para os músculos VL, RF e VM (p>0,05). Somente para o menor ângulo (30º) e para o maior ângulo (90º) houve diferença significativa da ativação muscular em relação aos ângulos para os músculos vasto lateral (p=0,011) e vasto medial (p=0,014). Os resultados apresentados neste estudo suportam a hipótese de que a técnica cirúrgica de artroplastia total de joelho propicia uma redução da dor e uma melhora da qualidade de vida. No entanto, essa melhora na qualidade de vida parece não ser refletida em uma melhora funcional após a colocação da prótese, uma vez que não foi observado um aumento na ativação muscular com um correspondente aumento na capacidade de produção de força dos músculos extensores do joelho.

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