Integra

Introdução: Um dos grandes desafios que a sociedade brasileira enfrenta é o comprometimento de sua qualidade de vida (QV), notadamente no que se refere às condições ambientais, aqui entendidas como infraestrutura para ao lazer e esportes, condições de moradia, meios de transporte e segurança pública. Tal situação é mais preocupante em cidades com mais de um milhão de habitantes, onde a especulação imobiliária muitas vezes desloca determinadas camadas sociais para regiões do espaço urbano sem condições para o exercício da cidadania, além disto, a taxa de violência urbana impõe o surgimento de estilos de vida que contribuem para a perda da qualidade de vida dos jovens. Objetivo: avaliar a qualidade de vida de jovens freqüentadores de um clube social na cidade de Campinas segundo protocolo da Organização Mundial da Saúde (OMS) e discutir a importância de políticas públicas para esta população.

 Metodologia: Estudo de caráter descritivo transversal com amostra intencional composta por 121 jovens de ambos os sexos com idade média de 26,50 (±3,99) anos freqüentadores de um clube social onde a maioria dos sócios pertence à classe econômica C, segundo classificação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Para aferição da QV foi utilizado o instrumento WHOQOL BREVE do grupo World Healthy Organization Quality of Life da OMS, composto por 26 questões na escala Lickert, distribuídas em quatro domínios: físico, psicológico, social e ambiental. Foi utilizada a sintaxe australiana do WHOQOL e calculada a consistência interna das respostas obtidas através do coeficiente alfa de Cronbach. A estatística descritiva para cada um dos domínios foi obtida através do cálculo da média e desvio padrão (DP). Foi testada a normalidade dos dados não paramétricos através do teste de Kolmogorov - Smirnov. Foi realizada a correlação de Spearman entre os resultados de cada domínio.

Resultados: Foi constatada a normalidade dos dados e o coeficiente alfa de Cronbach foi de 0,817 o que mostra a confiabilidade do instrumento junto a esta população. Os resultados obtidos em cada domínio foram D1 (físico) 78,78(±11,61); D2 (psicológico) 76,16 (±12,12); D3 (social) 78,99 (±15,14); D4 (meio ambiente) 66,19 (±13,57). Podemos constatar que o domínio que mais comprometeu a QV destes jovens foi o do meio ambiente (D4), tal resultado corrobora estudos de Vilela Junior, G.B. (2007, 2008); Gordia, A.P. (2007, 2008). Todos os domínios apresentaram correlação significativa (p<0,01), o que atesta a possibilidade de que a percepção da QV por estes jovens sofre múltiplas influências. 

Conclusão: O domínio do meio ambiente é o que mais agrava a percepção da QV destes jovens, tal fato pode apontar para a importância do desenvolvimento e implementação de projetos e estratégias municipais, estaduais e federais, no que tange às garantias mínimas para que os jovens possam exercer sua cidadania mais plenamente.