Qualidade de Vida de Pessoas Portadoras de Síndrome de Down, com Mais de 40 Anos, no Estado de Santa Catarina
Por Alexandre Carriconde Marques (Autor), Markus Vinícius Nahas (Autor).
Em Revista Brasileira de Ciência & Movimento v. 11, n 2, 2003.
Resumo
O objetivo deste estudo foi verificar a qualidade de vida de pessoas portadoras de SD, com mais de 40 anos, do Estado de Santa Catarina. Foram identificados 101 sujeitos nessa condição. Selecionou-se uma amostra de 30 sujeitos (15 homens e 15 mulheres), para entrevista domiciliar com um parente. Utilizou-se um pedômetro para verificar o número de passos durante três dias da semana. A média de idade foi de 46,8 anos (DP=6,7) para os homens e de 46,2 (DP=3,7) nas mulheres. Apenas um sujeito é alfabetizado. A média para o peso corporal foi de 61,6 kg nos homens e 64,4 kg nas mulheres. Quanto à estatura, verificou-se uma média de 151,9 cm nos homens e 143,2 cm nas mulheres. O IMC médio para as mulheres foi de 31,3 kg/m2, e para os homens de 26,8 kg/m2, com 40% sendo obesos (IMC>30). A saúde física e emocional do grupo é considerada boa. As atividades de lazer são basicamente passivas e assistir TV foi a preferida. Observou-se que 56,3% dos sujeitos fazem atividade física (AF) orientada na instituição e 26,6% não realizam nenhum tipo de AF. Com o pedômetro, observou-se uma média total de 4.018 passos/dia (DP= 2.377; 662 – 9.636). A análise multivariada no agrupamento entre variáveis demonstrou que o risco de sobrepeso/obesidade é uma característica mais ligada às mulheres, enquanto um maior nível de atividades físicas foi mais claramente associado ao sexo masculino. Conclui-se que o nível socioeconômico não é uma variável discriminante quanto à prática de AF, existem diferenças na prática em relação à faixa etária, pois os mais jovens apresentaram um nível maior de AF em relação aos mais velhos. As mulheres são mais ativas do que os homens. Os mais ativos tendem a apresentar maior grau de independência na realização das atividades da vida diária. Encontrou-se uma associação significativa (p<0,05) entre o nível de AF e o grau de independência para alimentar-se sozinho. PALAVRAS-CHAVE: Síndrome de Down, qualidade de vida, estilo de vida, envelhecimento.