Resumo

O objetivo desta pesquisa foi analisar a percepção dos docentes quanto a sua qualidade de vida no trabalho, bem como verificar a satisfação desses profissionais no que diz respeito ao contexto de atuação dos professores de Educação Física da Rede Municipal de Ensino da cidade de Pelotas. A investigação caracterizou-se como uma pesquisa descritiva com uma abordagem quantitativa. A população foi composta por 118 professores de Educação Física, pertencentes às 40 escolas da zona urbana. Os instrumentos de coleta de dados foram questionários para investigar o perfil sociodemográfico e a “Escala de Avaliação da Qualidade de Vida no Trabalho percebida por professores de Educação Física do Ensino Fundamental e Médio” (QVT-PEF). Para análise dos dados, categorizou-se as respostas emitidas pelos professores no que se refere ao QVT-PEF e utilizou-se as equações de ponderação de Lemos (2007), sendo as respostas agregadas em três categorias, quais sejam: insatisfeitos, indecisos e satisfeitos. Os testes do Qui-quadrado e o Exato de Fisher foram aplicados para verificar a existência de diferenças nas variáveis categóricas, a partir do programa estatístico STATA, versão 12.0, cujo nível de significância adotado foi p<0,05, enquanto os demais dados foram analisados considerando a estatística descritiva, com valores de frequência e percentual. A amostra constituiu-se pelos questionários que retornaram, sendo que, dos 118 questionários, o percentual de retorno foi de 79,7%. Participaram do estudo 94 professores, 36,2% do sexo masculino e 63,8% do sexo feminino. Quanto à idade, 46,8% têm até 39 anos, e 53,2%, 40 anos ou mais. Quanto ao estado civil, 54,3% são casados, e 45,7 são caracterizados em outros estados civis. Quanto à renda familiar, 64,9% recebem até cinco salários-mínimos, enquanto 35,1% recebem seis salários-mínimos ou mais. Constatou-se que 69,1% desses docentes trabalham somente na rede municipal, enquanto que 76,7% atuam somente em sala de aula, 70,2% têm carga horária de 40 horas ou mais e convém ressaltar que 77,7 % dos professores participantes do estudo não desejam mudar de profissão, enquanto apenas 22,3% demonstraram desejo de mudança. Os resultados evidenciaram percentuais acentuados de indecisão, mas com um contingente de satisfação nas dimensões oportunidade imediata para o uso e desenvolvimento das capacidades humanas (73,4%); constitucionalismo na organização do trabalho (68,1%) e relevância social da vida no trabalho (59,6%). Torna-se evidente a insatisfação relacionada às dimensões remuneração salarial (69,1%) e às condições de trabalho (35,1%), seguido do mesmo índice de indecisão. Necessita-se de políticas e ações mais contundentes relacionadas à educação, de modo a orientar e desenvolver competências e atitudes mais eficientes em todos os níveis, ou seja, através de planos de carreira justos e adequados, salários dignos e melhores condições de trabalho. 
 

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