Resumo
Este estudo se originou na minha preocupação com a dificuldade se ministrar aulas em conjunto para meninos e meninas na aula de Educação Física e, mais do que isso, com as situações conflitantes que desenvolvem entre eles nessas tentativas. O conflito e a desigualdade que se manifestam nas relações entre seres humanos, nesse sentido, tornou-se, então, assunto de reflexão para a prática educativa em que a aula de Educação Física consiste¬, enquanto parte do processo de socialização da pessoa. O pressuposto de que os estereótipos sexuais, socialmente desenvolvidos e internalizados pela educação familiar e escolar, são fruto de uma valorização desigual do papel de homens e mulheres na sociedade, e que na construção desses estereótipos discrimina-se, enquanto sexo, os seres humanos, tornou-se o aspecto de maior relevância neste estudo. A partir de uma abordagem histórico cultural de construção dos estereótipos sexuais e dos papéis sociais de cada sexo, procuro compreender e desvelar essa construção, que enquanto cultural, pode ser reencaminhada na perspectiva de superação das dificuldades de relacionamento entre os sexos e de busca de igua1dade social para homens e mulheres. Neste sentido, desenvolve-se alguns pressupostos básicos que, orientando a prática pedagógica na escola, poderiam desencadear novas relações humanas, capazes de promover uma transformação social.