Quantificação dos Movimentos em Regata da Classe Laser
Por Gustavo Ricardo Schutz (Autor).
Integra
INTRODUÇÃO:
O iatismo é praticado em diversas classes que reúnem barcos com características semelhantes. Cada classe tem suas técnicas próprias de velejar e, conseqüentemente, exigências físicas diferentes. Portanto, desenvolver a plenitude física de um atleta de iatismo requer, antes de tudo, uma análise específica dos movimentos realizados pelo atleta e das exigências orgânicas necessárias para garantir um bom desempenho. Dentre as classes destaca-se a classe Laser, responsável por diversas medalhas olímpicas brasileiras e reconhecida como uma das classes onde há a maior exigência física por parte do atleta. Objetivou-se analisar os diferentes movimentos e suas durações durante uma regata da classe Laser.
METODOLOGIA:
Durante uma regata oficial da classe laser foi realizado o acompanhamento de um atleta de nível olímpico. A bordo de uma lancha foi filmadas toda a regata deste atleta com uma filmadora Super VHS com freqüência de aquisição de 60Hz. A análise das posições que ele mais executou se deu por contagem das mesmas em fita e a duração através de contagem de quadros, onde o número de quadros verificados foi dividido por 60, o que resulta no tempo de execução em segundos de cada movimento.
RESULTADOS:
O tempo total da regata foi de aproximadamente 50 minutos e a intensidade da mesma é ligada ao vento, o qual se apresentava entre 8 a 12 nós, durante a duração da regata. Os movimentos executados pelo velejador durante a prova foram: 76 caçadas a vela com duração aproximada de 2 segundos cada; 5 montagens de bóia (contorno das bóia delimitadoras do percurso) com duração de 11, 19, 16, 13 e 12 segundos respectivamente; 15 cambadas (passagem por baixo da retranca na direção oposta do barco); e por 3 vezes em posição de escora (para evitar que o barco aderne o velejador cria um momento no sentido inverso ao momento provocado pela bolina e pelo velame que fazem o barco adernar), com diferentes posturas, no contra vento com 11min e56s , 2min e 08s e 10min e37s, totalizando 24min e 41s.
CONCLUSÕES:
Sendo conhecida a especificidade dos movimentos, é possível prescrever o treinamento de um velejador não somente estando este na água, mas também adaptar o máximo possível o treinamento fora da água, quando esta não apresentar condições de prática. Uma análise dos movimentos parte do conhecimento destes e posteriormente de implementos fisiológicos e biomecânicos dos mesmos, a fim de otimizar o desempenho, havendo uma maior eficiência dos gestos, com um menor consumo energético. Nesta situação, o movimento mais vezes repetidos foi a caçada de vela, na qual o velejador busca adaptar sua vela em relação ao vento, e ainda, o velejador apresentou quase que 50% da regata em posição de escora no contra vento e partindo disto, uma análise das intensidades fisiológicas a que o velejador está submetido e uma análise biomecânica da eficiência das diferentes posturas de escora apresentadas se tornam coerentes.