Resumo

          

Integra

Recentemente comentei aqui que, em dois meses (Julho e Agosto), tinha visitado 14 capitais diferentes, como parte do projeto Gestão e Otimização de Espaços de Cultura, Esporte e Lazer, que agora encontra-se no seu segundo ciclo (o primeiro ciclo foi descrito em alguns escritos anteriores neste blog). Nesta etapa, na maioria das visitas, junto com Prof. Marcolino (coordenador desse projeto junto ao SESI) e Prof. Felipe, (responsável pelo Programa SESI Atleta do Futuro, que atende quase 200 mil crianças e adolescentes em todo país em mais de 30 modalidades esportivas) e, em algumas das visitas, com Profa. Geórgia (responsável pelo Programa Lazer Ativo), desenvolvemos uma “Oficina de Trabalho” de 10 horas de duração. Nesse dia, além de retomar todas as ferramentas de gestão utilizadas no projeto, buscamos trazer para a vivência prática o controverso conceito de “ação transversal”, através das parcerias internas e externas; formas de atrair e reter as indústrias nas programações de lazer nas Unidades do SESI e como, através desses dois princípios, melhorar o “’Indice de Viabilidade Múltipla de Espaços de Cultura, Esporte e Lazer” que desenvolvemos e aplicamos em 286 Unidades (essa ferramenta de gestão foi publicada no Caderno Técnico – Volume 02 desse projeto. Se alguém se interessar, até que possamos postá-lo no site do SESI  – e quem sabe, aqui no próprio CEV – basta me escrever).

          Essa experiência de “mergulhar” nas cinco regiões do país em tão curto tempo permitiu que eu pudesse avaliar o quanto avançamos como país e o quanto ainda somos desiguais! Quanto ao “Sistema SESI”, impressão semelhante foi percebida. Costumo dizer que o “Sistema S” (SESI, SESC, SEST, etc. é como jaboticaba: só tem no Brasil! Como tal, uma fruta deliciosa, mas que guarda suas idiossincracias…

          Vamos a alguns exemplos.

          A única Unidade de Cultura, Esporte e Lazer (CEL) do Amazonas, localizada em Manaus, foi totalmente reformada e pude ver, pessoalmente, equipes industriais jogando entre si depois da meia-noite! São quase 170 mil metro quadrados construidos num terreno de 750 mil metros quadrados! Será que é complexo gerir um espaço dessa dimensão? Como trabalhar um Plano Diretor de curto, médio e logo prazo para um ambiente desses que tem 23% da área construída? Em Pernambuco, foi edificada uma nova Unidade de CEL dentro do polo industrial: afinal, o que é preferível ter, instalações de lazer para o trabalhador próximo do local de trabalho ou próximo de sua casa? Se alguém tiver essa resposta, fruto de pesquisas empíricas, escreva! Muito comum no campo do lazer algumas pesquisas de construção conceitual bastante complexa, mas quando realizamos perguntas simples como essa, de caráter aplicado e que muito pode auxiliar a gestão desses ambientes, ficamos sem respostas. O SESI/BA é um exemplo na sistematização de procedimentos de gestão de suas Unidades, sem contar o Teatro SESI Rio Vermelho, em Salvador, onde “otimizar” pode significar diminuir o ritmo, de tanto uso! O SESI/SC está fazendo uma experiência de sucesso com a substituição de todos os pisos de seus campo de futebol, de grama natural para grama sintética, numa relação custo/benefício extraordinária.Como em tantos outros estados, no SESI/RS está potencializando suas instalações de CEL com a presença efetiva dos setores de educação e saúde. Em Campo Grande tem uma Unidade do SESI tão grande que o deslocamento interno é feito por veículos! Qual é a melhor configuração das instalações de apoio (banheiros, vestiários, lanchonete) quando as instalações específicas estão tão distantes? De lá não posso deixar passar uma fala da Superintendente Maura: “quando vejo o que eu fiz, me exalto; quando eu vejo o que eu tenho por fazer, eu me humilho”!

          Com essa eu deixo a segunda parte das visitas de julho e agosto para semana que vem.

          Forte abraço.

Bramante

Por Bramante
em 12-11-2011, às 17:49

6 comentários. Deixe o seu.

Comentários

Bramante,
Tenho máximo interesse em receber e conhecer a ferramenta de gestão contida no Caderno Técnico –Volume 02. Gostaria de parabenizá-lo pelo seu resumo de viagem e trabalho. Como já lhe disse em outras duas oportunidades, realizei trabalhos para o SESI-DN no projeto iniciado em 1973, em que se objetivava implantar nas dependências da entidade uma Iniciação Desportiva em vários esportes. Coube-me o voleibol. Estive no Recife em duas oportunidades em 1974, numa dependência no bairro do Ibura, próxima ao aeroporto dos Guararapes. Estava recém inaugurada. Visitei também, já fora do programa, o SESI em Blumenau, um assombro e, possivelmene, um “elefante branco”, muito marcante de épocas de fartura econômica para a indústria. Como constatou, parece que as mega instalações continuam a proliferar pelo país. O que fazer para o atendimento da clientela? Enquanto não há respostas e, se as houver, não serão definitivas e, cada região terá suas especificidades que podem ser respeitadas até certo ponto. Por exemplo, no que tange à localização dos Centros, há que se considerar a localização da moradia dos trabalhadores, uma vez que possivelmente, os maiores frequentadores – diariamente – serão os seus familiares. Nestes, estão incluídas as mulheres – crianças e adultos – que necessitarão de atenção maior, uma vez que não jogam futebol. As programações esportivas devem ser orientadas para a construção do lazer pelo lazer, e não para detectar talentos olímpicos, uma mania pervertida de nossos dirigentes olímpicos que contagia a todos menos avisados. Ainda no exemplo do Ibura, a localização do Centro está (ou estava) localizada vizinha a um conjunto habitacional de trabalhadores da indústria (creio eu). Dali saíam majoritariamente as crianças que participavam dos cursos.
Em suma, o principal agente das atividades – o professor – deve estar muito bem informado e preparado para exercer suas atividades, uma vez que a partir dele, o interesse das pessoas poderá ser contagiante em toda comunidade, atraindo a todos para frequentá-lo com assiduidade.
Em outras entidades, caso da AABB-SP, na época com fartura financeira, construíram uma grande sede fora dos limites (?) da cidade e para manter a frequência de atletas durante a semana, fez-se necessária a oferta de um pequeno ônibus regular, com trajeto e horários definidos para assistir à clientela.
É possível que agora, com você a assessorar a entidade, possam melhorar o atendimento à família do trabalhador, uma vez que a entidade sempre foi (e será?) muito suscetível a ingerências internas e externas. E considere-se ainda que são (ou eram) autônomas em cada estado.
Mas, enfim, vale a pena tentar uma vez mais!

Por Roberto Pimentel
em 13-11-2011, às 6:18.

Caro Roberto:
Muito obrigado pelo seu interesse! Não interagi com vc na semana passada, mas nessa vamos “conversar” um pouco…
Vc coloca inúmeras questões que merecem uma elaboração de argumentos mais detalhada, mas vou tentar dialogar sobre alguns fatos que vc traz aqui. Deixemos claro, o SESI tem um Regulamento Geral, aprovado desde 1946, com atualizações, mas que mantem essa estrutura federativa na qual cada Departamento Regional tem sua autonomia. Como tudo na vida, isso facilita em algumas circunstâncias, mas dificulta em outras… Sempre houve uma grande preocupação em priorizar o atendimentos, por ordem, aos trabalhadores da indústria, seus dependentes e, em circunstâncias especiais, a comunidade. Hoje o SESI tb está muito interessada em atrair a empresa industrial como um todo para as suas instalações de CEL. Vc tem razão numa coisa: no Brasil, no campo do lazer, não foi desenvolvida uma CULTURA de gestão baseada na coleta de informações qualificadas que ofereçam pistas para tomada de decisão mais acertada. Ainda prevalece o “achismo”!!! Temos sim problemas com a localização desses ambientes de lazer (não só o SESI) pois raramente se fez um estudo de viabilidade mais apurado para identificar a melhor localização para estabelecer seu perfil de serviços (programas). Resultado disso são os estudos de sustentabilidade visando atrair as pessoas… Sim, ônibus pode ser o melhor “equipamento” para uma determinada instalação de lazer…rs
Também prestei consultoria para a FENABB (Federação das AABBs) por sete anos… Não é uma tarefa simples gerenciar 1250 clubes no Brasil!
Agradeço a sua gentileza com referência ao meu trabalho, mas em nosso país, reconhecer os benefícios de “fazer atividade física” ou “fazer alimentação balanceada” (etc.), não estamos lidando no nível de “conhecimento” (que dominamos tão bem) e muitas vezes nem “habilidades”. Desafio maior está em assumir uma ATITUDE de mudança… Aí fica difícil…
Por favor, escreva-me (bramante@uol.com.br) fornecendo seu endereço que lhe enviarei o material pelo correio. Forte abraço!

Por Antonio Carlos Bramante
em 13-11-2011, às 22:00.

Prezado Abramante,
Agradeço sua atenção e entrarei em contato imediatamente. Marcou-me sua sensibilidade ao dizer “(…) Desafio maior está em assumir uma ATITUDE de mudança… Aí fica difícil…”
Funcionários de empresas que não têm preocupação com lucro e despesas normalmente cuidam de sua posição hierárquica no cargo quase sempre despreparadas para a função, pois dependem exclusivamente do Q.I. Então, é impossível qualquer mudança estrutural e, se houver, corre o risco de em seguida ser alterada substancialmente por seu sucessor. O exemplo maior vem de nossos governantes. Calcado neste sentir, venho silenciosamente trabalhando na BASE, isto é, entre professores de Ed. Física do Brasil através do sítio http://prezi.com/9nhuhq5t7coh/procrie. Peço que faça uma visita e perceba o seu alcance. Dentro em pouco estarei atualizando as estatísticas do Google Analytics que demonstram uma superação nas minhas expectativas de desempenho. Creio estar descortinando uma luz no fundo do túnel que outras gerações poderão vir a ser beneficiadas.

Felicidades.

Por Roberto Pimentel
em 14-11-2011, às 7:40.

Bramante,
O datilógrafo Laércio está esperando para publicar o trabalho na biblioteca do CEV. E esse curso de 10 horas? É só do SESI? Vamos oferecer a distância? Laercio

Por Laercio Elias Pereira
em 14-11-2011, às 17:20.

Caro Laércio:
Creio que poderemos publicar os três volumes denominado “Caderno Técnico” editado pelo projeto (Volume 3 será lançado, oficialmente, no Seminário Nacional desse projeto nesta semana em Blumenau). Falarei com os dirigentes de lá para que isso ocorra!
Quanto a “Oficina de Trabalho”, por ser um trabalho exclusivo do SESI, eles detem os direitos desse material (parte ando apresentando em congressos por aqui e fora, bem como lançando em capítulos de livro: dia 08/12 deverá ser lançado um livro na FIESP com textos do Lamartine, Nahas, Alberto Ogata, Eloir e eu e no ano que vem um outro, em Portugal, organizado pelo nosso amigo José Constantino…) Abs

Por Bramante
em 20-11-2011, às 22:56.

Roberto
Finalmente recebi a sua cópia do Caderno Técnico – Volume 2. Por favor, reenvie seu endereço completo no meu e-mail particular. Forte abraço.

Por Antonio Carlos Bramante
em 12-12-2011, às 10:10

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