Integra

Dando continuidade ao tema da semana passada, imaginei que apontando tão somente um exemplo das inúmeras práticas bem sucedidas encontradas nas Oficinas de Trabalho que realizamos em 14 Departamentos Regionais do SESI caberia num só texto…mas não deu…

        Como você faria a gestão de um ambiente de lazer que foi concebido para ser um parque aquático – SESIPark – mas com características de uso de um centro de atividades para o trabalhador?!? Pois bem, esse é um dos desafios de uma belíssima Unidade do SESI de Cuiabá.

        Enquanto alguns estados decidiram não mais expandir sua base física, o SESI/PA está na “contra-mão da história”, ou seja, estão reformando antigas Unidades, contruindo novas e vale destacar a reforma (com climatização e tudo que tem direito!) de uma área coberta com mais de 3 mil metros quadrado com toda infraestrutura de palco, som e luz.

        Na gestão de espaços de CEL, muitas vezes precisamos ter a coragem suficiente (além de muita informação estratégica!) para desativar aquilo que não vem dando certo. É o caso do SESI/CE que, embora em estados diferentes, a distância entre a Unidade de CEL de Crato com a de Juazeiro era tão somente de 8 km. Antecipar a reação da comunidade usuária nesse caso teria sido essencial pois enquanto se tem, nem sempre se valoriza, bastanto não ter, para vir à tona a mobilização das pessoas. Foi bastante significativo ouvir dos gestores da região a substituição da expressão “prestação de serviços” por “provedor de soluções”. Enquanto a primeira vem carregada da dimensão da “oferta”, a segunda, mais atualizada e alinhada com os preceitos de “resultados”, vem embuida da perspectiva da “demanda”. O SESI/RN avançou numa outra direção: assumiu a falta de informações gerenciais como ponto crítico e resolveu desenvolver pesquisas junto a clientela real, clientela potencial e residentes do entorno de suas três Unidades de CEL (Natal e Mossoró). Com essas informações em mãos,desenvolveu um planejamento estratégico que elegeu sete projetos prioritários para os próximos três anos.

        “Crescer para fora e não para dentro” tem sido o slogan do SESI/DF, que tem enfrentado os desafios da atualidade com bravura! Já o SESI/GO conseguiu um fato inédito: juntou o corpo técnico do lazer com o da tecnologia de informação e desenvolveram um programa para identificar os dados demográficos e psicográficos dos usuários de suas instalações de CEL em todo estado! A qualidade dessa experiência tem sido tão boa que SESI de outros estados deverão adotar o referido programa, com as devidas adaptações.

        Finalmente as visitas a dois dos maiores Departamentos Regionais do SESI no país: São Paulo e Minas Gerais. No primeiro são 53 Unidades de CEL, além de belíssimos teatros, com vasta programação e dentro de um processo de investimento nas suas instalações, cobrindo piscinas, edificando ginásio de esportes, aplicando grama sintética em seus campos de futebol, renovando e equipando academias, etc. Já em Minas Gerais encontramos um sistema gerencial complexo, pois entre as 93 Unidades de CEL, algumas são administradas pelo SESI enquanto que outras em parceria, com prefeituras e sindicatos.

        Como unificar a gestão de CEL num sistema tão diferenciado? Cabe uma pergunta anterior: é desejável que isso ocorra?

        Forte abraço e até a próxima semana.

Bramante

Por Bramante
em 20-11-2011, às 22:32

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Comentários

Parabéns, Bramante.
Cada vez mais fico encantado com sua capacidade de sintetizar tamanha obra. Talvez devesse explicar-nos o que significa a sigla CEL e, o que representa para o SESI Nacional, isto é, até onde vai a sua ingerência. Como as unidades Regionais são autônomas (até que ponto?) é bem possível que optem pelo auto gerenciamento, especialmente as mais bem aquinhoadas, como São Paulo. O quê efetivamente significa crescer para fora?
Se o sistema é diferenciado (por sua autonomia), a unificação de propósitos deveria recair no que chamo (sou leigo em Administração) na filosofia ou fundamentos de sua criação, certamente ajustados aos dias presentes. Em outras palavras, atender às necessidades primárias da clientela. Todavia, opções regionais podem ferir tais princípios, ou por falta de informação, ou possíveis desmandos ocasionais.
Quero manter-me antenado aos seus ensinamentos. Roberto Pimentel.

Por Roberto Pimentel
em 21-11-2011, às 7:40. 

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