Resumo

Mundialmente as quedas representam a segunda principal causa de morte por ferimentos acidentais na população idosa, com 200% de aumento na mortalidade por essa causa no Brasil entre 1996 e 2012. Objetivou-se estimar a prevalência autorrelatada de quedas em idosos brasileiros e as possíveis relações com fatores biológicos e determinantes de saúde comportamentais, ambientais e socioeconômicos. Utilizou-se dados sobre a população idosa brasileira, coletados pela Pesquisa Nacional de Saúde (2013). Autorrelato de queda foi definido como desfecho, analisado inferencialmente através de Regressão de Cox para amostras complexas. Foram estimadas as razões de prevalência brutas e ajustada e seus intervalos de confiança de 95% (IC95%), para associação entre o desfecho e as variáveis independentes. A amostra da subpopulação idosa respondente da PNS 2013 correspondeu a 11.177 indivíduos e a prevalência de autorrelato de quedas foi 7,4% (911 idosos), dentre os quais 10,6% (61 caidores) relataram fratura de quadril ou fêmur, com a necessidade de cirurgia em 39,6% (26) dos casos. O modelo ajustado revelou associações positivas entre o autorrelato de quedas e o número de doenças crônicas (RP=1,11;1,03-1,20), ter dificuldade funcional para AVDs (RP=1,98;1,53-2,58), ter insônia (RP=1,63;1,26-2,10) e sofrer violência (RP=2,00;1,22-3,26), em contraste residir em habitação com adequada relação morador-cômodo (RP=0,76;0,59-0,99) e ter boa percepção de saúde (RP=0,70;0,49-0,99) foram negativamente associados ao desfecho. O relato de quedas por parte dos idosos brasileiros tem estreita relação com as características de condição de saúde orgânica, saúde psicocomportamental e saúde social.


 

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