Resumo
Este trabalho versará sobre a Batalha Central, evento que acontece mensalmente, no centro de Piracicaba/SP em que admiradores da cultura Hip-hop e da música Rap se reúnem, para travar duelos de rimas de uma forma lúdica. O objetivo deste trabalho é identificar se o Hip-hop – especificamente o Rap no contexto das batalhas de improviso – pode ou não contribuir para o desenvolvimento do participante, principalmente crítico e criativo, além de verificar a influência de ordem cultural que os preceitos do Hip-hop podem exercer nessas pessoas. O Hiphop emerge de um contexto urbano, criado por jovens negros e imigrantes caribenhos como uma forma de expressão cultural, no distrito do Bronx, Nova Iorque, Estados Unidos, na década de 60. A fim de transformar a violência das gangues em disputas sadias, Afrika Bambaataa – um dos principais organizadores das festas de rua – passou a organizar tais festas, objetivando converter as “rixas” em duelos que envolviam expressões artísticas, divididas em quatros elementos: Mc, Dj, Break e Grafite. A fusão entre o Mc e o Dj originou o Rap. A modalidade de Rap que abordaremos nesse estudo é o Rap de improviso, espécie de poesia oral, baseada no desafio e improviso, mecanismos parecidos com os encontrados no Repente. Esta é uma pesquisa qualitativa caracterizada por ser um estudo de caso e exploratório. Para a obtenção de dados, foram usadas a entrevista semiestruturada, a análise documental e a observação participante, além de um prévio levantamento bibliográfico. Através deste estudo, foi possível perceber a influência exercida pelos preceitos do Hip-hop na vida dos jovens participantes desta prática de lazer, que acaba suprindo algumas necessidades provavelmente não satisfeitas na escola ou em outro seguimento da sociedade, além de entender como especificamente as batalhas de Mc`s interferem no desenvolvimento da criatividade e criticidade do praticante, e consequentemente...