Resumo
Organismos respondem a desafios fisiológicos, como o choque térmico e exercício físico, com um aumento rápido na expressão de alguns genes específicos, genes que codificam proteínas conhecidas como proteínas de choque térmico, em especial HSP70 (proteína de choque térmico de 70 kDa). Esta proteína tem funções citoprotetoras anti-inflamatórias quando localizadas no ambiente intracelular, mas, quando exportada para o meio extracelular (eHSP70), esta proteína desempenha funções pró- inflamatórias. Neste estudo foram avaliados os efeitos do choque térmico em linfócitos extraídos de linfonodos mesentéricos de ratos submetidos a diferentes intensidades de exercício físico de natação. Tanto o exercício físico como o choque térmico foram capaz de induzir a síntese de HSP70 em linfócitos, sendo que o aumento do conteúdo celular de HSP70 (e migração para a região nuclear) foi relacionado com a inativação do fator nuclear NF-κB (e manutenção deste fator de transcrição pró-inflamatório no citoplasma), além de diminuição da proliferação celular. Embora, este aumento de HSP70 intracelular (induzido pelo exercício e pelo choque térmico) seja crescente conforme a intensidade, os resultados demontram que há um limite de intensidade para este efeito, pois o conteúdo intracelular de HSP70 foi limitado pela carga mais alta de exercício. Adicionalmente, a alta intensidade de exercício foi associada ao aumento de eHSP70, o que modificou a relação intra-para-extracelular de HSP70 em linfócitos. A relação eHSP70/HSP70 também foi aumentada em resposta ao choque térmico, mas exacerbadas pela execução prévia de exercício em alta intensidade. Como esta relação foi um indicativo de limites de intensidades de exercício, este trabalho sugere o uso da HSP70 com um marcador de intensidade de exercício, fundamentalmente utilizando células imunológicas como parâmetro devido a possibilidade de as mesmas usarem a HSP70 como sinal de alerta para o organismo.