Resumo

O circo é uma manifestação cultural que há tempos circula pelas diferentes classes sociais e por diferentes espaços, exercendo grande fascínio no público, graças à força, à destreza e às habilidades incomuns de seus homens e mulheres, que são somadas ainda ao encantamento produzido por sua conformação poética e estética. Ao longo dos séculos, a formação do artista circense se ancorou na transmissão oral dos saberes (SILVA, 1996), ensinando de modo “total”, em alusão a Marcel Mauss (1974), todos os afazeres de uma profissão, de um modo de produção artístico, e mais: de um modo de vida. As significativas transformações na dinâmica social, econômica, estética, arquitetônica e formativa do circo, ocorridas nas últimas décadas, a partir dos anos 70, levaram ao estabelecimento de diversos modelos de formação do profissional circense. Diferentemente do que aconteceu com outras linguagens artísticas, como a dança, as artes plásticas, a música e o teatro, que obtiveram reconhecimento oficial para a formação de seus profissionais, a qualificação do circense ainda ocorre sem o reconhecimento do Estado, apesar de sua tradição secular e sua importância socioeconômica. Nesse contexto, estapesquisa analisou alguns aspectos históricos, conceituais, econômicos, arquitetônicos e estéticos, bem como as distintas possibilidades formativas existentes na atualidade brasileira e de alguns países considerados referência na área, visando uma compreensão ampliada sobre essa problemática. Optamos pela abordagem qualitativa, considerando a natureza descritiva e exploratória do estudo, realizando o levantamento dos dados por meio de diferentes técnicas, entre elas a pesquisa documental, a observação direta em oito escolas de circo, dentre elas 5 instituições brasileiras e 3 internacionais; e entrevistas semiestruturadas realizadas junto aos oito coordenadores pedagógicos e/ou responsáveis por essas instituições.

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