Editora CREFSP. Brasil 2013. 36 páginas.

Sobre

Prefácio
No ano de 2010, o Grupo de Estudos da Educação Física Escolar do CREF4/SP, organizou o 1º Fórum de sustentabilidade da Educação Física e do Esporte na Escola, em onze cidades do Estado de São Paulo, com o objeti vo de obter propostas dos nossos profi ssionais, das ações consideradas necessárias, para fortalecer a educação fí sica e a práti ca esporti va na escola, nesse decênio moti vador de grandes eventos esporti vos no país. Na época estávamos entusiasmados com a recente realização da Conferência Nacional de Esporte do Ministério do Esporte, cujo objeti vo era o de estabelecer o plano decenal de Esporte e Lazer para o período de 2010/2020, quando a educação fí sica e o esporte educacional, foi sobejamente discuti dos e transpareceram os fatores impediti vos estruturais, que apesar das leis existentes, os objeti vos não se concretizam. Muitas propostas surgiram, com promessas de mudanças organizacionais, estruturais e de valorização dos profi ssionais de educação fí sica.

Desses fóruns surgiram propostas políti cas, que careciam da criação de projetos de lei, emendas supressivas, e dentre elas a de organização de um GUIA DE NORMAS E PROCEDIMENTOS DA BOA PRÁTICA DA EDUCAÇÃO FÍSICA E ESPORTE NA ESCOLA. O Grupo de estudos do CREF4/SP, discuti u essa proposta e julgou-a perti nente, considerando que somos uma autarquia federal, responsável pela orientação e fi scalização do exercício profi ssional das ati vidades fí sicas, e que o Sistema CONFEF/CREFs, consagrou o ano de 2009, à Educação Física Escolar, assumindo publicamente sua responsabilidade também na Escola, onde tudo começa.

Neste momento quero externar minha sati sfação por receber da atual Diretoria do CREF4/SP, o honroso convite para fazer o prefácio dessa obra, tendo em vista que colaborei, desde o início de sua construção e, com muito orgulho, estamos passando para nossos profi ssionais, como um importante subsídio para ajudálos na dura labuta do dia a dia, na docência. Como anti go professor, defensor da causa em prol da Educação Física e esporte na escola, quero dizer-lhes que este é mais um dos meus sonhos que se concreti za, ou seja, de ver o CREF4/SP, entregando essa valiosa orientação aos nossos professores de educação fí sica escolar. Na sua organização buscamos fundamentação dos conhecimentos conti dos nas obras citadas na bibliografi a. Referência: documentos fi losófi cos, insti tucionais, cientí fi cos, éti cos, políti cos, técnicos, normas de código de éti ca, normas gerais de didáti ca e ainda normas específi cas, relacionadas com a escola, pois o professor precisa conhecer e entender a escola e sua função dentro da mesma, bem como sua legislação. Então, sabedores de que no processo de ensino e aprendizagem, deve haver “a práxis”, ou seja, um equilíbrio entre teoria e prática.

Esse documento se preocupa em apresentar o como fazer no dia a dia, com procedimentos adequados, respeitando sempre a natureza do aluno, com atenção às suas difi culdades e sem abusos, consciente de sua responsabilidade e com uma metodologia que atenda às necessidades da comunidade na sua formação.

Dessa maneira, esse Guia será mais uma ferramenta de fortalecimento e de inclusão dos nossos profi ssionais na comunidade educati va, que necessita dessa disciplina pela sua importância na complementação do processo educacional de seus alunos, Segundo o grande fi lósofo Prof. Dr. Mário Sergio Cortella, no seu livro “O que a vida me ensinou”, “conceitua que educar deriva da palavra ensignar = ensinar, emiti r novos signos, que os alunos recebem, interpretam, digerem e levam vida afora, que é o mesmo que marcar”. Se esse é o principal objeti vo da educação, essa marca deve ser um importante legado, que provoca transformações signifi cativas nos nossos alunos, e nesse aspecto a postura e ação do profi ssional são importantes na formação do caráter, na determinação, na vontade, esforço e no exercício de parti cipação.

Mas analisemos o seguinte: a regulamentação da profi ssão foi facilitada a parti r do reconhecimento pelo Conselho Nacional da Saúde, da Educação Física como componente da Área da Saúde, atuando na prevenção, manutenção da saúde e condicionamento fí sico, diferente, do que se espera do profi ssional de educação fí sica na escola, onde sua função deverá ser o de um agente de educação, trabalhando seus alunos não só no campo psicomotor, como também, no afeti vo e cogniti vo, dentro do quadro curricular de um sistema interdisciplinar, com objeti vo específi co voltado para a Educação.

Diante dessa responsabilidade de subsidiar as ações de profi ssionais com propostas recomendatórias, de procedimentos e normas didáti cas seguras, de docência na escola, voltada para a formação ou transformação do indivíduo; o grupo de estudos do CREF4/SP, depois de muitos debates, traçou um roteiro de trabalho, fundamentando-se nos documentos publicados pelo CONFEF, referentes à educação fí sica escolar, além de outros registrados na bibliografi a consultada. Buscou ainda normas de outros trabalhos referentes ao assunto e consultou profi ssionais experientes, com vivência nessa área escolar; enfi m, juntou conteúdo com base signifi cati va de apoio ao trabalho docente.

Além disso, a comissão responsável pela elaboração do trabalho procurou uma linha psicológica comportamental progressivista, onde o professor assume uma postura educati va na qual ele enxerga o aluno como seu próximo, respeitando-o sem descaracterizar sua natureza, criando um ambiente acolhedor de corresponsabilidade, onde a educação possa fl uir. Existi rá uma hierarquia, entre educador e educando, mas que o respeito seja recíproco.

O trabalho apresentado é um tratado de recomendações e procedimentos adequados para conduzir os alunos dentro de ações educati vas, devidamente inseridas na proposta pedagógica das escolas e que facilitarão sobremaneira a atuação dos profi ssionais de educação fí sica, que exercem sua função em locais específi cos, com possibilidades de riscos corporais e de comprometi mento por abusos, que servirão de alerta, visando ampliar as medidas de segurança e que as estruturas físicas sejam adequadas.

Este documento tem o signifi cado de um apelo de profi ssionais, inconformados com a existência da educação fí sica e esporte na escola de forma geral e obrigatória, nossa esperança é que um dia ela seja legíti ma. Isto é, reconhecida pela sociedade como uma necessidade ao desenvolvimento psicofí sico-mental e emocional das crianças e jovens, tornando-as pessoas melhores e encaminhando-as a uma cidade parti cipati va e de qualidade.

Hudson Ventura Teixeira
Presidente do Grupo de Estudos da Educação Física Escolar do CREF4/SP
Mandato 2009/2012

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