Resumo

~~ Mas o que é uma ‘rede’? A palavra indica que os recursos estão concentrados em poucos locais – nas laçadas e nos nós – interligados - fios e malhas.

Integra

~~ Estou às voltas com a formatação de uma rede colaborativa na área tecnológica, que deverá congregar as empresas da Cadeia Produtiva de Petróleo, Gás e Energia atuantes no Maranhão. Temos 19 (dezenove) grandes empresas, segundo a revista Valor Econômico. 
 Mais: a estas devem se agregar outros três grupos: o dos ICT – institutos de ciência e tecnologia: nossas universidades – IF-MA, e os Centros Tecnológicos da UFMA e da UEMA, além de algumas escolas de formação profissional particulares que estão oferecendo cursos na área de petróleo, gás e energia -; um terceiro bloco constituído pelos entes estatais, das três esferas – União, Estado, e Municípios, estes do território de influência da Refinaria Premium I: Bacabeira, Rosário, Santa Rita e São Luís -; e o quarto bloco deverá ser constituído pelas micro e pequenas empresas – MPEs – que poderão vir a fornecer equipamentos e serviços ao Consórcio ganhador da licitação para construção da Refinaria, em sua primeira fase, a de terraplenagem.
 Mas o que é uma ‘rede’? A palavra indica que os recursos estão concentrados em poucos locais – nas laçadas e nos nós – interligados - fios e malhas. Essas conexões transformam os recursos esparsos numa teia que parece se estender por toda parte. Trata-se de um conjunto de nós e laços com relações ilimitadas e híbridas articuladas entre sujeitos, objetos e discursos, que interagem no mundo real e no virtual. Por analogia, estrutura sem fronteiras; comunidade não geográfica. Assim temos que: Redes Sociais são estabelecidas por organismos que estabelecem uma rede de comunicação para alcançar alvos específicos tais como se manter informado sobre um tema, manter um sistema social, alcançar uma meta.
 A rede social merece a adjetivação de Colaborativa ou Cooperativa quando todos que a integram, não apenas os que são nós ou membros integradores contribuem significativamente para o grupo, se empenham em disseminar via rede o que for de interesse comum, partilham as informações com todos. A rede é alimentada pelo repasse constante da informação entre seus integrantes tanto de trabalhos que estão desenvolvendo individualmente ou em grupo, como por informações científicas localizadas e consideradas pertinentes por alguns de seus membros
 Já as redes sociais de C&T são: [...] tipos de redes sociais que visam integrar competências e otimizar o uso de recursos de diversas naturezas, incluindo a utilização das TIC´s, para a solução de problemas ou para o avanço no estado da arte de determinadas áreas de Ciência e Tecnologia. O desenvolvimento dessas redes depende da promoção de políticas públicas que visem à racionalidade do processo de seu financiamento, bem como sua legitimação social.
 Trata-se de organizar o conhecimento. E algumas perguntas são fundamentais: Para quem? Para os usuários; Por quê? Para facilitar a busca e recuperação e o acesso, para facilitar a navegação; O que? A informação/conhecimento; Como? Através de regras, métodos e softwares, com base em teorias; Quando? Sempre que se quiser socializar o conhecimento/informação; Onde? Em ambientes virtuais; Quem? Profissional da Informação.
 A intenção é introduzir o novo através da informação o que, contudo, por vezes é uma condição imponderável. Para o Cientista da Informação Aldo Barreto, disponibilizar o acesso à informação para um conhecimento em rede e para acesso de todos tem sido o sonho de grande número de pessoas durante muito tempo. Desde a prisão dos conteúdos nos muros medievais dos mosteiros copistas até realidade da web, pessoas e seus mecanismos se agregaram para este fim.
 Continua: o espetáculo da novidade é uma condição humana que só pode ser exercida em conjunto. Corresponde a uma atuação na pluralidade; uma ação da vida política do homem na terra. Nela o indivíduo exerce por livre arbítrio sua inteligência para introduzir conhecimento no seu espaço de convivência. Nada está mais longe do discurso que a ação de inovação: Ao falar de inovação seria conveniente lembrar que esta palavra traz um sentido de ação em um processo completo que vai do surgimento de um fato ou idéia até a aceitação deste por uma comunidade em convivência. Este grupo de pessoas é que vai decidir se aceita ou rejeita uma coisa nova, que pode estar substituindo um similar já existente. Ao aceitar o novo existe uma crença compartilhada de que isto trará um acréscimo ao bem estar de todos.
 Uma inovação não é sinônima de P&D, patente registrada, invenção, criatividade, ou nova tecnologia embora estas coisas sejam necessárias para que uma ação de inovação se manifeste. Quando comparadas a inovação as atividades anteriores tem uma configuração estática. Já a inovação é uma aceitação acoplada a uma decisão pela coisa nova que resulta em ações dinâmicas de implantação da nova técnica em um determinado espaço social: Neste quadro é a informação livre que, ao final, melhora o homem e sua realidade. Se a introdução da inovação não é aceita por todos em um espaço, por qualquer razão, ela não acontece. Só em convivência política entre os habitantes de uma sociedade se delibera sobre a introdução da novidade.
 Daí que o processo de inovação tecnológica relaciona, para sua efetivação, variadas competências. O fator de maior importância é a vontade de mudar, de modificar estruturas, correndo riscos e motivando pessoas para trazer uma idéia nova, mais produtiva e mais coerente para a vivência comum. É um processo político que só acontece na pluralidade dos habitantes de um ambiente social. Não é só uma ação de estratégia estratégica ou de criatividade e gestão.

BARRETO, Aldo. Ciência, Tecnologia e Inovação; in Aldobarreto's Blog, postado em 11 de julho de 2010, disponível em  http://aldobarreto.wordpress.com/2010/07/11/ciencia-tecnologia-e-inovacao/, acessado em 18/09/2010
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