Estresse e ansiedade em atletas universitários de handebol no Estado de São Paulo
Por Rubens Venditti Júnior (Autor), Rômulo Dantas Alves (Autor), Ivan Wallan Tertuliano (Autor), Vivian de Oliveira (Autor), Gustavo Lima Isler (Autor).
Resumo
Introdução: A competição é intrínseca ao esporte e pode gerar estados emocionais variados, com o potencial de influenciar o rendimento. Dentre estes, a ansiedade aparece como elemento emocional e, em conjunto com o processo de estresse, se configuram como aspectos psicológicos a serem observados. Estes aspectos não são diferentes no esporte universitário e aparecem intensamente nos períodos das competições. Objetivo: Identificar o nível de ansiedade-traço, ansiedade-estado e de estresse em atletas universitários de handebol de duas equipes diferentes do interior do estado de São Paulo. Métodos: A amostra deste estudo foi composta por 22 atletas universitários de handebol, do sexo masculino, com média de idade de 21±1,8 anos. Os atletas responderam ao “Inventário de Ansiedade Traço-Estado” (IDATE) e ao “Situações de Stress no Handebol” (SSH). Resultados: Os resultados indicaram que as situações mais citadas pelos atletas como causadoras de estresse foram: “errar tiros de 7m em momentos decisivos do jogo”; “estar perdendo para equipe tecnicamente inferior”; “errar um arremesso completamente livre”; “arbitragem prejudicar minha equipe”; “ser excluído nos momentos decisivos da partida” e “sofrer gol devido à falha defensiva”. Em relação à ansiedade, os resultados demonstraram que todos os atletas demonstraram, de forma geral, níveis de ansiedade-traço e ansiedade-estado considerados moderados (36,59 e 41,45, respectivamente). Conclusão: Diante dos resultados, pode-se tecer que os atletas investigados apresentaram algumas situações de jogo como estressores e que, em relação a ansiedade, os níveis dos atletas encontram-se moderados.
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