Resumo

O presente estudo teve como objetivo verificar a questão da individualização na atividade do profissional responsável pelas aulas de Educação Física, analisando a abrangência e repercussão dessas idéias no espaço da Educação Física para pessoas com necessidades educacionais especiais, em instituições que atendem esta população. Justificamos nossa preocupação, tendo em vista as idéias e discussões veiculadas neste momento histórico em diversas áreas de atuação, possibilitando, assim, dimensionar uma discussão emergente e pertinente à atual realidade na qual está inserida a Educação Física para portadores de necessidades educacionais especiais. Para tanto, utilizamos como recurso metodológico um questionário direcionado ao profissional responsável pela Educação Física nas instituições que atendem portadores de necessidades educacionais especiais. Nossa amostra foi delimitada a partir do cadastro das instituições do DEAFA (Departamento de Atividade Física e Adaptação), da FEF UNICAMP, para o VIII Jogos Especiais de Campinas de 1997, e selecionada através de amostragem probabilística aleatória (casual simples), de modo que responderam ao questionário nove profissionais. Os resultados encontrados apontam que a Educação Física, nos locais pesquisados, nem sempre é de responsabilidade de profissionais graduados na área; prevalece no grupo pesquisado uma concepção de deficiência que apoia-se nas dificuldades dos alunos e, nas instituições pesquisadas, a Educação Física não demonstra objetividade e carece de sistematização dos conteúdos e planejamento das aulas. Concluímos que as concepções veiculadas nas instituições ditam e perspectivam as práticas nestes locais. Há uma desarticulação da proposta curricular com a realidade do aluno corroborada pela falta de delineamento da Educação Física e, a individualização compreendida pelos profissionais pesquisados não se coaduna com a idéia disseminada nestes estudos. O projeto curricular da Educação Física necessita ser dimensionado nestas instituições, de forma que se apoie na realidade circunstancial e institucional dos alunos, construindo e projetando o papel da Educação Física junto a esta população, o que pode ser perspectivado à luz do processo de individualização do ensino 

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