Regulamentação da Profissão: o Embate de Duas Perspectivas
Por Hajime Takeuchi Nozaki (Autor).
Em Caderno de Debates - ExNEEF v. 4, n 5, 1997. Da página 33 a 37
Resumo
É sempre motivo de orgulho ser solicitado pelo Movimento Estudantil em Educação Física. (MEEF) no sentido de somar wforços para a construção de nossa área. Isto porque, em recente estudo, podemos perceber que a Executiva Nacional de Estudantes de Educação Fisica ExNEEF) tem sido pioneira no levantamento de discussões tais corno a da LDB, as das Políticas Esportivas do INDESP e a da Regulamentação da Profissão (CONSIDERA, et, ai., 1996). No que diz respeito especificamente à questão da Regulamentação da Profissão, ternos promovido ações conjuntas, envolvendo alguns professores e alunos do IVIEEF, no sentido de questionar, criticar, debater e levantar propostas alternativas ao Projeto de Lei 330/95. Foi justamente após debate deste terna no V Ciclo de Palestras CAEFALFILTERJ, promovido pelos estudantes daquela Universidade, que uni grupo de professores, do qual fiz parte, lançou. a primeira crítica, em forma de publicação, áquelc Projeto de Lei (FARTA JÚNIOR, el. aí., 1996).
As sistematizações que pretendo apresentar neste texto partem, portanto, da análise do discurso e de textos formulados pelos defensores da Regulamentação, tal como de nossos esforços teóricos, conseguidos por meio da participaçã.o de eventos que discutiram tal temática. Intento mostrar, ao longo dessas Unhas, que partindo de um mesmo problema, o da falta de legitimidade dos professores de educação Física em várias áreas que atuam, chegamos a dois quadros teóricos, antagônicos em suas formulações e, conseqüentemente, em suas proposições. Antagonismo este gerado a partir de duas perspectivas que se embatem, duas visões de mundo que se contrapõem. Preterido, ainda, clarificar meu posicionamento diante desses dois quadros, na medida em que entendo que apenas um deles pode nos levar à construção de nossa categoria aliada a determinada sociedade que almejamos alcançar.
Os atuais defensores da Regulamentação, nas várias ocasiões em que se pronunciam, trazem relevantes qu.estionamentos para a construção da nossa área. Seriam eles aqueles preocupados com s egressos22 das faculdades de educação física, com a sua seguridade face a um mercado cada vez mais competitivo, excludente e beirando o sub-emprego. De fato, nos tempos neoliberais em que vivemos, onde observamos a crescente proletarização do trabalhador em todas as áreas, reclama-se a necessidade d.e legitimação desta classe" perante à sociedade, no intuito de reversão do quadro de exclusão social ordenada a nível mundial. Com os trabalhadores provenientes da educação física não é diferente, chegamos à conclusão que precisamos valorizá-los, ou ainda, legitimá-los em seus campos de atuação.