Resumo
Introdução: o efeito hipotensor de uma sessão de exercício aeróbio é relatado em diversos estudos com hipertensos, entretanto ainda é desconhecido se algumas variáveis tem relação com a hipotensão pós-exercício. Objetivo: verificar a relação entre o condicionamento cardiorrespiratório e a reposta hipotensiva de indivíduos com hipertensão arterial sistêmica, após uma sessão de exercício aeróbio e acompanhamento por meio da monitorização ambulatorial da pressão arterial (MAPA). Métodos: a amostra foi composta por 29 homens com média de idade de 61,9±9,9 anos; peso: 85,5±18,7 kg; estatura: 1,7±0,1 m; IMC: 29,8±4,7 kg/m2; com diagnóstico de hipertensão arterial sistêmica e controle medicamentoso; sem outra doença de ordem cardiovascular, assim como lesões em órgãos-alvo. Foram realizadas, nessa ordem, uma avaliação ergoespirométrica para determinação do V̇O2pico e duas sessões experimentais; a primeira com exercício em esteira a 50%FCreserva e duração de 40 minutos; e a segunda sem exercício (controle). A pressão arterial foi verificada antes das sessões (repouso) e por 12 horas com a MAPA. Resultados: os indivíduos apresentaram V̇O2pico de 18,5 a 37,9 ml/kg/min (média de 26,7±4,4 ml/kg/min). Não foram encontradas diferenças significativas entre o repouso e as medidas pós-exercício, assim como entre as médias das sessões exercício e controle. Além disso, não houve correlação entre os valores de V̇O2pico e da PA pós-esforço. No entanto, ao comparar as sessões exercício e controle, foram encontradas diferenças nos momentos 1:00, 1:30, 2:00, 2:30, 3:00, 3:30 e 4:00h, para PAS; 1:30, 2:00, 2:30, 3:00, 3:30 e 4:00h, para PAD; e nas medidas 1:30, 2:00, 2:30, 3:30 e 4:00h para PAM (p<0,05). Conclusão: não verificou-se hipotensão pós-exercício, assim como uma correlação significativa entre os valores de V̇O2pico e média da PA pós-esforço. Entretanto, o dia com exercício apresentou-se com valores mais reduzidos em comparação ao dia controle, notadamente nas primeiras horas de acompanhamento da pressão arterial.
