Relação da Variação Diária da Recuperação e Distância Percorrida na Corrida
Por Willian Jorge Mendes (Autor), Rodrigo Dantas de Campos (Autor), Luccas Gubany Fernandes da Silva (Autor), Sidnei José Anselmo (Autor), Danilo Rodrigues Batista (Autor), Felipe de Ornelas (Autor), Vlademir Meneghel (Autor), Tiago Volpi Braz (Autor).
Resumo
Introdução: A recuperação é um aspecto importante para o processo de treinamento. Por outro lado, a fadiga diária dos atletas pode ser um fator limitante no desempenho físico. Em esportes como a corrida, a distância percorrida (DP) por microciclo pode caracterizar a carga aplicada na periodização. Neste caso, seria importante entender se o acúmulo desta DP poderia interferir no processo de recuperação, sobretudo em diferentes intensidades de treinamento, tais como a DP abaixo (<) ou acima (>) da velocidade máxima atingida em teste aeróbio (MAS). Objetivo: Relacionar a variação diária da recuperação e distância percorrida (DP) em microciclos para corrida. Metodologia: Durante 10 microciclos com 2 períodos de tapering (microciclo 2, 3, 9 e 10) para preparação de uma corrida de 5km, um atleta amador (21 anos, 59 kg, 183cm, MAS = 23,2 km/h, 7 sessões semanais, volume médio de 118780 metros por microciclo) foi monitorado durante 10 semanas. Diariamente, foi utilizado a escala de qualidade total de recuperação (QTR), realizada sempre ao acordar. Em seguida, foi calculado o coeficiente de variação percentual (CV%) dos valores da QTR das 7 sessões diárias durante os microciclos (QTR_CV%). A DP das sessões foi monitorada por sistema de GPS acoplado ao relógio Polar V800®. Os dados foram transferidos para o software Polar FlowSync®, sendo exportado para planilha do Microsoft Excel® para quantificação da DP. A DP em metros foi classificada como acima (DP>MAS) e abaixo do MAS (DP<MAS) durante o microciclo, assim como o total do microciclo (DPMICRO_TOTAL). Utilizou-se o teste de Kolmogorov-Smirnov para verificar a normalidade dos dados. Para verificar relação entre CET e QTR utilizou-se a correlação linear de Pearson com p<0,05. Resultados: Foram encontradas os seguintes valores de correlação: DP>MAS vs QTRCV% (r = -0,65; IC95% = -0,91 a -0,04; p = 0,03), DP<MAS vs QTRCV% (r = 0,06; IC95% = -0,59 a 0,66; p = 0,86), DPMICRO_TOTAL vs QTRCV% (r = -0,04; IC95% = -0,65 a 0,60; p = 0,90). Considerações finais: Interessantemente, a variação diária da recuperação demonstrou relação apenas com a distância percorrida em intensidade acima do MAS.