Resumo

Introdução: Segundo Matsudo (2000), uma das mais evidentes alterações que acontecem com o aumento da idade cronológica é a mudança nas dimensões corporais. A concentração excessiva de gordura na região abdominal relaciona-se com diversas disfunções metabólicas e está associada ao maior risco de morbidade e mortalidade decorrentes das doenças coronarianas (DC). O envelhecimento acarreta ainda uma redução no desempenho motor na execução das atividades da vida diária (AVD), transformando tarefas simples em complexas. Objetivo: Verificar se a relação cintura quadril pode interferir na capacidade funcional de idosos em relação as suas AVD. Métodos: Trata-se de uma pesquisa descritiva, quanti-qualitativa que consistiu em submeter 22 idosos com média de idade 71,1 ± 6,5 participantes de um programa de atividade física da Faculdade de Tecnologia e Ciências (FTC) em Salvador/BA a uma bateria de testes antropométricos (circunferência da cintura e quadril (RCQ), índice de massa corpórea (IMC), peso e altura) e do protocolo AVD de idosos fisicamente independentes validado por Andreotti & Okuma (1999), que referiram-se em locomover-se num percurso de 800m; levantar-se da posição decúbito ventral (LPDV); levantar de uma cadeira e locomover-se pela casa (LCLC); subir um lance de escada de 15 degraus; calçar um pé de meia e a altura alcançada em subir degraus. Para análise dos dados utilizou-se a estatística descritiva (média, desvio padrão), para o nível de significância utilizou-se o teste t p<0,05. Os testes estatísticos foram processados no Stata versão 7.0. Resultados: Referente aos dados antropométricos o público avaliado obteve média de estatura 1,50cm ± 0,07, peso corporal 64,14 ± 11,66, IMC 28,48 ± 4,95 e RCQ 0,91 ± 0,08. Ao correlacionar os aspectos da capacidade funcional com a RCQ verifica-se que as variáveis LPDV, LCLC e Calçar Meias obtiveram médias satisfatórias entre o grupo que foi classificado com RCQ <0,83 (risco baixo/moderado de DC), destacando a variável LPDV que obteve resultado significativo (p<0,05). Porém nas médias referentes a 800m, subir escadas e degraus os resultados não foram satisfatórios. Foi demonstrado um aumento expressivo na proporção de indivíduos cujo risco de desenvolver DC foi considerado alto ou muito alto. Conclusão: Podemos concluir que indivíduos cujo coeficiente da RCQ é <0,83 possuem maior capacidade funcional do que indivíduos com coeficiente >0,83. Ressaltando que, mesmo pessoas fisicamente ativas e aparentemente saudáveis podem apresentar RCQ elevada, consequentemente maior risco de DC. Recomendam-se assim práticas investigativas que revelem os fatores que podem estar influenciando na obtenção destes resultados.

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