Relação Entre a Obesidade e Hipertensão Arterial com a Força de Preensão Palmar Relativa em Mulheres Adultas Usuárias do Sus: Um Estudo Transversal
Por Dhiony Lisboa Rocha Tenorio (Autor), Alex Harley Crisp (Autor), Carolina Gabriela Reis Barbosa (Autor), Anna Gabriela Silva Vilela Ribeiro (Autor), Matheus Valerio Almeida Oliveira (Autor), Edson Fernando da Silva Vilela (Autor), José Jonas de Oliveira (Autor), Rozangela Verlengia (Autor).
Em Revista Brasileira de Ciência & Movimento v. 28, n 4, 2020.
Resumo
A avaliação da força de preensão palmar é considerada um indicador simples, de baixo custo e que pode ser utilizada como um marcador de saúde geral de pessoas atendidas pela atenção básica. O presente estudo tem como objetivo analisar a associação entre os índices de obesidade e hipertensão arterial sistêmica com a força de preensão palmar relativa em mulheres adultas. Foi realizado um estudo transversal com 258 mulheres, com idade entre 18 e 59 anos, usuárias do Sistema Único de Saúde (SUS). Foram avaliadas a pressão arterial de repouso, força de preensão palmar, medidas antropométricas e obtidas informações socioeconômicas. A força de preensão palmar relativa pelo peso corporal (kgf/kg) foi categorizada como baixa (tercil inferior) e normal (tercil intermediário e superior). Análise de regressão logística múltipla usando a classificação de baixa força muscular como variável dependente, foi utilizada para verificar a relação com as variáveis de obesidade e hipertensão arterial. A prevalência de obesidade (IMC ? 30 kg/m2), obesidade abdominal (circunferência de cintura ? 88 cm), níveis pressóricos alto em repouso (? 130/80 mmHg) e uso de medicamento anti-hipertensivo foi de 58,9%, 58,5%, 42,2% e 32,6%, respectivamente. Foi observado associação positiva entre obesidade (OR: 9,36 [IC 95%: 3,07 - 28,51]) e obesidade abdominal (OR: 21,75 [IC 95%: 4,90 - 96,43]) com baixa força muscular relativa, após ajustes de idade e fatores socioeconômicos. Mulheres que apresentavam níveis pressóricos alto em repouso tiveram 2,02 (IC 95% 1,03; 3,96) vezes mais chances de ter baixa força muscular relativa, independentemente da idade, fatores socioeconômicos e obesidade. Em adição, mulheres que utilizavam anti-hipertensivos apresentaram 2,77 (IC 95%: 1,42; 5,41) vezes mais chances de ter baixa força muscular relativa. Em conclusão, mulheres adultas que possuem maiores índices de obesidade, pressão arterial em repouso e que usam anti-hipertensivo tendem apresentar baixa força de preensão palmar relativa.