Relação entre a percepção da carga interna da sessão e o nível de estresse em atletas universitários de voleibol

O nível de estresse parece aumentar após períodos de treinamento em alta intensidade, embora esta variável ainda seja pouco adotada para quantificar a carga de treinamento. A literatura científica tem demonstrado inúmeras ferramentas para se quantificar a carga de treinamento de atletas. No entanto, alguns métodos são bastante onerosos, o que limita a utilização diária. Neste sentido, foi criado o método da percepção subjetiva do esforço da sessão (PSE-sessão) com a premissa de quantificar a carga interna da sessão de treinamento. Sabe-se que em algumas modalidades esportivas, por exemplo, o voleibol, torneios competitivos ocorrem em curto espaço de tempo. Pressupõe-se, assim, que a carga interna percebida aumente concomitantemente ao aumento do nível de estresse. OBJETIVO: Analisar a relação da carga interna percebida e os sintomas de estresse durante três jogos consecutivos em atletas universitários de voleibol durante uma competição nacional. MÉTODOS: Foram avaliados atletas universitários durante suas participações na Liga do Desporto Universitário-LDU, fase nacional. Inicialmente, 12 atletas participaram do evento, porém só foram utilizados para análise estatística oito atletas (25,3 ± 1,7 anos, 86,6 ± 9,0 kg e 189,6 ± 5,9 cm), os quais participaram de pelo menos um set em todos os três jogos disputados. Estes jogos tiveram durações de 65, 77 e 118 minutos respectivamente. Após, aproximadamente, trinta minutos do fim de cada jogo os atletas tiveram sua percepção subjetiva de esforço-PSE avaliada com pergunta única ―como foi sua sessão de treino?‖, devendo a resposta ser de acordo com a escala adaptada CR10 proposta por Borg (1982). Em seguida os atletas foram solicitados a responder um questionário de sintomas de estresse correspondente à parte ―B‖ do Daily Analysis of Life Demands in Athletes-DALDA (Moreira et al, 2010). Esta parte do questionário é composta de 25 questões que procuram analisar a autoavaliação do estresse referente a os seus possíveis sintomas, sendo requerida dos atletas que assinalasse cada variável do questionário como sendo ―Pior do que o normal‖, ―normal‖ e ―melhor do que o normal‖. Após a descrição dos dados, aplicou-se a correlação de Spearmam para verificar a possível relação entre as variáveis analisadas, sendo adotado o nível de significância P > 0,05. RESULTADOS: 1,86 ± 0,9; 3,29 ± 0,76 e 3,29 ± 0,46 foram os resultados da PSE sessão apresentadas pelos atletas após os respectivos jogos. Já os resultados do DALDA, apresentaram os seguintes dados para as respostas ―pior do que o normal‖ 2,29 ± 2,56; 3,29 ± 3,68 e 4,29 ± 3,90. As respostas do PSE e DALDA para cada jogo apresentaram as respectivas correlações r: 0,43 para (P > 0,25), r: 0,45 (P > 0,23) e r: 0,1 (P > 0,78). CONCLUSÃO: O nível de estresse esportivo vivenciado pelos atletas de voleibol avaliados após cada jogo em uma competição de três jogos consecutivos não sofreu influência da percepção subjetiva de esforço empregada pelos mesmos nos os jogos disputados.

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