Relação entre a percepção de saúde e fatores de risco em adolescentes
Por Drielly E. Ramos (Autor), Evelyn C.A. Silva (Autor), Maria Raquel O. Bueno (Autor), Julio Cesar Costa (Autor), Pamela C. Souza (Autor), Willian Sartorelli (Autor), Camila Panchoni (Autor), Marcelo Romanzini. (Autor).
Em VI Congresso Brasileiro de Metabolismo, Nutrição e Exercício - CONBRAMENE
Resumo
A prevalência de percepção negativa da saúde vem aumentando gradativamente nos últimos anos, principalmente entre os adolescentes de diferentes níveis socioeconômicos. É considerado como um importante indicador de saúde, podendo apresentar relações com diferentes desfechos em saúde. OBJETIVO: Determinar a prevalência e analisar as possíveis associações entre a percepção negativa de saúde e diferentes fatores de risco em adolescentes. MÉTODOS: Estudo de base escolar e de corte transversal, realizado com uma amostra probabilística composta por 527 adolescentes (49% rapazes), com idade entre 10 e 15 anos (11,8 ± 0,74), pertencente aos sextos anos das escolas da rede pública de ensino da cidade de Londrina-PR. A percepção negativa de saúde foi determinada a partir de respostas autorreferidas dos adolescentes nas categorias ―ruim‖ e ―regular‖ à seguinte questão: ―De uma maneira geral, como você avalia sua saúde?‖. Os fatores de risco analisados foram a pressão arterial elevada (PAS e/ou PAD ≥ percentil 90 conforme NHBPEP), o excesso de peso (IMC ≥ percentil 85 conforme WHO) e a obesidade abdominal (circunferência de cintura ≥ percentil 95 conforme NHANES). RESULTADOS: A prevalência de percepção negativa da saúde foi de 12,8%, sendo associada ao sexo (moças = 16%, rapazes = 9,5%; P < 0,05) e a idade (10-12 anos = 11,3%, 13-15 anos = 20,5%; P < 0,05). Análises de regressão de Poisson ajustadas para sexo, idade e nível econômico revelaram que a percepção negativa da saúde foi associada com o excesso de peso (RP = 1,45; IC95% = 1,11 – 1,89), à obesidade abdominal (RP = 1,77; IC95% = 1,15 – 2,72) e à pressão arterial elevada (RP = 1,92; IC95% = 1,11 – 3,30). CONCLUSÃO: O excesso de peso, a obesidade abdominal e a pressão arterial elevada parecem influenciar negativamente a percepção de saúde de adolescentes, demonstrando que este indicador pode ser utilizado em levantamentos populacionais que buscam estimar o nível global de saúde de populações jovens.