Resumo

Sabe-se que pessoas que vivem com HIV (PVH) apresentam maior risco de desenvolvimento de desordens físicas, como alterações musculoesqueléticas; e mentais, como preocupação e angústia, características dos sintomas de ansiedade, bem como a culpa, medo, tristeza, cansaço e baixa autoestima que caracterizam a depressão. Isso ocorre em decorrência de fatores relacionados ao conhecimento do diagnóstico, a própria doença e ao seu tratamento, a Terapia Antirretroviral (TARV). Sendo o principal tratamento, o uso da TARV provoca diversos efeitos colaterais, os quais, juntamente com os hábitos de vida, podem ocasionar o comprometimento da qualidade de vida a longo prazo. Além disso, o declínio nos níveis de força muscular, aos quais estão relacionados ao envelhecimento, podem surgir precocemente nessa população. OBJETIVO: Verificar a relação entre os escores de ansiedade e depressão com a força muscular em PVH. MÉTODOS: Foram selecionados de forma aleatorizada 111 participantes (> 18 anos), de ambos os sexos, diagnosticados com HIV e atendidos pelo Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA) do Município de Maringá - PR. Aqueles que aceitaram, assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido para iniciar a coleta de dados. A força de preensão manual (FPM) foi avaliada por meio de um dinamômetro digital (Saehan SH1001). Foram coletadas três medidas e adotado o maior valor para estimativa da força muscular. Para avaliação da alteração de humor e sintomas depressivos, foi aplicada a Escala Hospitalar de Ansiedade e Depressão (HADS). Foi realizada uma análise de regressão linear múltipla (método enter) com o objetivo de investigar em que medida a ansiedade e a depressão impactam nos níveis de força. RESULTADOS: A amostra foi predominante do sexo masculino (74,1%). Verificou-se que o escore de ansiedade resultou em 68,5% ausentes de sintomas, 18% com possível e 13,5% com provável caso. Já o escore de depressão apresentou 83,8% com ausência de sintomas, 11,7% com possível e 4,5% com provável caso. Os resultados mostraram não haver influência da ansiedade e da depressão na força (F(2, 108) = 0,367, p = 0,694; R2 ajustado = -0,012). CONCLUSÃO: Conclui-se que não houve relação entre as variáveis.

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