Resumo

A dor cervical crônica não específica (DCCNE) é caracterizada por dor persistente no pescoço sem causa específica, afetando cerca de 70% da população mundial, com maior incidência em mulheres. Por interferir na funcionalidade, nos níveis de atividade física e na percepção de qualidade de vida, compreender as correlações entre essas variáveis é essencial para orientar estratégias de prevenção e tratamento. OBJETIVO: Investigar a relação entre o nível de atividade física, incapacidade cervical e qualidade de vida em indivíduos com DCCNE. MÉTODOS: Estudo de correlação com 76 participantes de ambos os sexos, com idades entre 18 e 50 anos, diagnosticados com DCCNE grau I ou II segundo o Neck Pain Task Force, com duração mínima de três meses, intensidade de dor ≥ 3 na Escala Numérica de Dor (END) e pontuação ≥ 5 no Índice de Incapacidade Cervical (NDI). Foram aplicados END, NDI e o questionário de qualidade de vida SF-36. Para análise estatística, utilizou-se correlação de Pearson com bootstrap para aumentar a precisão dos resultados, considerando significância p<0,05. RESULTADOS: Houve uma correlação fraca e negativa entre Índice de Incapacidade do Pescoço e nível de atividade física (r= - 0,28; p= 0,01), Houve uma correlação fraca e positiva entre a qualidade de vida e o nível de atividade física (r= 0,33; p=0,03). CONCLUSÃO: O estudo evidencia que maior nível de atividade física está positivamente associado à qualidade de vida e inversamente associado à incapacidade cervical. Esses achados reforçam a importância de programas de exercícios não apenas para reabilitação, mas também como estratégia preventiva, promovendo manutenção da funcionalidade, redução de limitações e melhor bem-estar em pacientes com DCCNE. Futuros estudos são necessários para explorar essas relações de forma mais detalhada, considerando que a condição clínica pode ser influenciada por fatores físicos, psicológicos e sociais.

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