Relação entre atividade física realizada dentro e fora da escola e envolvimento em bullying em adolescentes do ensino médio
Por Bruno Nunes de Oliveira (Autor), Bruno Gonçalves Galdino da Costa (Autor), Marcus Vinicius Veber Lopes (Autor), Kelly Samara da Silva (Autor).
Em XV Congresso Brasileiro de Atividade Física e Saúde - CBAFS
Resumo
O bullying é um comportamento recorrente durante a adolescência e está associado ao engajamento em atividades físicas (AF). Entretanto, não se sabe se esse efeito varia conforme o contexto em que a AF é realizada. OBJETIVO: Investigar a associação entre a AF praticada dentro e fora da escola e o bullying em estudantes do ensino médio. MÉTODOS: Estudo transversal repetido realizado com 1364 estudantes (53% do sexo feminino, média de idade 15,6 ± 0,8) do ensino médio em três Institutos Federais da região metropolitana de Florianópolis, em 2019 e 2022. Bullying foi avaliado separadamente para vitimização e perpetração por meio de um questionário on-line. A AF total, e em intensidades leve (AFL) e moderada à vigorosa (AFMV) foi registrada por acelerômetros utilizados no punho não-dominante. Modelos de regressão logística binária ajustada por sexo, idade, nível socioeconômico e ano de coleta. RESULTADOS: Entre os participantes, 41% relataram ter sido vítimas de bullying e 8,6% relataram ser perpetradores de bullying. A média de AF total foi de 1,20 ± 0,37 h/dia na escola e 3,04 ± 0,88 h/dia fora dela. AF total na escola foi associada às chances de vitimização (OR = 1,63; p = 0,004) e de perpetração (OR = 1,91; p = 0,023). AFL no contexto escolar foi associado as chances de vitimização (OR = 1,65; p = 0,013) e de perpetração (OR = 1,97; p = 0,049). AFMV na escola também foi associado as chances de vitimização (OR = 1,03; p = 0,008), mas o mesmo não foi observado para perpetração. Nenhuma associação foi encontrada entre AF realizada fora da escola com a ocorrência de bullying. CONCLUSÃO: A AF realizada na escola está associada ao bullying, independentemente da intensidade. Esses achados destacam a necessidade de criar ambientes seguros e inclusivos para a prática de AF no contexto escolar.